terça-feira, 12 de janeiro de 2010

'Till I Found You

O Mundo Colapsa 8
kdjfd

çdksjfkdsl
2200, Inverno, 12.45 GMT
fdçlçº
Normalmente uma CM durava um par de horas, até porque não convinha esticar muito o tempo por razões de segurança. O Sistema detectava qualquer movimento suspeito com margens de erro assustadoras.
A "tripada virtual" conseguia iludir o sistema momentaneamente, mas os algoritmos de detecção estavam preparados para reconhecer padrões de comportamento repetitivos e consecutivos a um tal nível que englobava também comportamentos irregulares. Isto significava que as CM's não se podiam alongar muito no tempo, ou então que tinham de ser repartidas por períodos irregulares e aleatórios, quando a informação trocada atingia proporções gigantescas.
Isto só acontecera uma vez. Logo após a Guerra, quando o Programa de Vida Artificial estava em fase de organização e todos os Resistentes se tentavam agrupar. C. lembrava-se bem deste período, mesmo sem ter de recorrer à Memória Interna. Fora uma fase de euforia, quando cada um no seu canto começara a perceber que não tinha sido o único a pensar naquela solução. E ninguém lhe tirava da cabeça que esse sentimento tremendo de euforia tinha contribuído para criar uma espécie de Esperança Colectiva que circulava ainda hoje pelo sistema e que funcionava como uma forma de combustível quase sobremaquinal. Ironicamente, o José era o único que compreendia esta ideia. Os outros Chefes condescendiam paternalisticamente, sob a forma do silêncio. Nem sequer lhe davam a satisfação do debate.
Chamassem-lhe sentimentalóide. Mas depois todos lhe vinham pedir a fotografia, de vez em quando, à sucapa.
«I'm-too-lame-to-be-a-lamer» hi
«Júpiter» hi
«I'm-too-lame-to-be-a-lamer» everything cool?
«Júpiter» here
Sending File
Destiny: «I'm-too-lame-to-be-a-lamer»
«I'm-too-lame-to-be-a-lamer» tks
«Júpiter» any time
klçlwkf
A guerra aproximava as pessoas, tornava-as mais humanas e mais verdadeiras. Também podia torná-las mais bestiais, era verdade. Mas aqui não havia lugar para a mesquinhez, o egoísmo ou a hipocrisia. Apenas para a loucura. Também era verdade que não havia lugar para o sentimento, de qualquer espécie, mas C. acreditava que por detrás de cada ARLI residia ainda um ser humano, ou pelo menos a ideia do que cada um deles fora.
Mais uma razão para nunca ter querido fazer o update. Os de segunda geração afastavam-se cada vez mais dessa ideia, nem que fosse involuntariamente. O tempo também ajudava. A noção de tempo deixara praticamente de existir e só era resguardada pela programação dos sistemas individuais. Com os ajustes sucessivos efectuados ao longo das décadas, já nem tinham sequer a certeza de o estar a contabilizar efectivamente.
E para quê? Para um futuro incerto, um futuro desenhado pela palavra vitória. Vitória ... C. comparava-se frequentemente e aos seus companheiros, com o nobre povo irlandês
çflºsdf
desenhou uma lágrimas com lágrimas minúsculas que se transformaram num rio que foi sugado por um ralo
fklçldf
que durante séculos lutara por algo que já nem eles próprios sabiam o que era, apenas para ir tudo pelos ares duma vez por todas há cem anos atrás. A Irlanda fora das últimas ilhas a entrar para a Lista Negra do Círculo de Destruição. Porque era das maiores. Mesmo assim, fora destruída depois da Inglaterra, o que constituíra, ainda que com um travo amargo, uma vitória para os poucos guerrilheiros que ainda combatiam.

Sem comentários: