A Ponte de "Cherokee"
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"This is the chick I was playing by when I found my style. I didn't even have a regular gig. I was washing dishes and jamming after hours. (com ironia) 'Course that was before I became the titanic commercial success that you see siting before you. That's before I captured the fancy of the adoring public. But I started playing these little ... these figures behind her, see. And they fit with the song but it was like going inside the melody. And she says, right on the stage she says: 'Nigger! Don't be playing that shit behind me while I'm trying to sing!' After that, a little bit later on, me and the piano player we got together and we were working on 'Cherokee'. Now this is the song that I had played 10.000 times and I was sick to death of this song. But I found this new way of extending the chord changes so it was like a whole new song. And they still fit. And this is what I've been trying to do ever since they galled me off the Reno Club. The Bridge of 'Cherokee'. That's the bridge I crossed 2 days before Xmas, in 1939. What a Xmas present!"
Charlie "Bird" Parker em "Bird", de Clint Eastwood
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Já tive as minhas pontes de "Cherokee". São privadas e não mudaram mundos, apenas o meu mundo. São raras, também. Acontecem quando percebo que subi um degrau na escadaria da escrita. Não são fáceis nem acontecem quando quero. Aliás, a sua essência reside precisamente no facto de serem inesperadas e só assim poderem acontecer. Resultam de trabalho, não de inspiração mas são, elas próprias, A inspiração. Ou seja, são a vertente inconsciente do resultado do trabalho consciente. Simplificando, são quando percebo que passei a escrever um pouco melhor do que escrevia até aí.
Esta escadaria da escrita é interminável e é composta por uma quantidade infinita e desconhecida de degraus. Nunca se chega ao fim, claro. Se existisse um fim, não existiria razão de ser para a existência da escada em si. Ela auto aniquilar-se-ia por razão de paradoxo, como uma serpente que engole a própria cauda.
Mas existe outra simbologia adicional para essa escadaria. Quando Charlie Parker atravessou a ponte de 'Cherokee', significa que encontrou o seu estilo musical próprio. A sua forma única e inimitável de tocar o saxofone. Uma forma que mudaria para sempre a história do jazz. Essa é a parte mais difícil de todas. E a mais importante, claro. Um escrevinhador (ou outro qualquer género de artista) pode passar a vida a tentar encontrar o seu estilo. Durante grande parte da sua busca, o escrevinhador limita-se a imitar os escritores que admira, os que o marcaram ou os que habitualmente lê. Mas só quando se consegue libertar deles (e isto nunca é uma vontade consciente), deixar que larguem a mão da bicicleta que tenta conduzir sem se estampar sozinho, só então é que o escrevinhador ganha asas e pode voar.
Nem sempre isso acontece, claro. But one keeps trying ...
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