domingo, 28 de fevereiro de 2010

Fetiche #13

Fetiche
Nome masculino > 1. Objecto a que se presta culto por se lhe atribuir poder mágico ou sobrenatural > 2. figurado. aquilo a que se dedica um interesse obssessivo ou irracional > psicologia. objecto gerador de atracção ou excitação sexual compulsiva.

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"Love is the one emotion actors allow themselves to believe." - James Spader
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[James Spader]
1. Nome americano aditivo > 2. Nome de Sexo, Mentiras e Vídeo, filmado em versão home-movie, com actores à beira de um esventramento público estarrecedor > 3. Voz subtil, não particularmente forte, nem particularmente doce, nem particularmente sexy, mas insuportavelmente sedutora porque não pretende sê-lo > 4. Rosto não particularmente bonito, nem particularmente atraente, nem particularmente diferente, mas arrebatadoramente atraente > 5. É a sua inteligência emocional que me seduz > 6. A Secretária - um sádico encontra a mulher dos seus sonhos, uma masoquista, e faz dela o que bem entende, para seu e nosso deleite > 7. Actor americano que mais parece europeu > 8. Actor que só faz filmes absurdamente bons e diferentes e deliciosamente esquisitos à brava > 9. Felizmente que existe um James Spader na Terra, ou o mundo seria irremediavelmente sensaborão
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sábado, 27 de fevereiro de 2010

´Till I Found You

O Mundo Colapsa 13
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2200, Inverno, 14.01 GMT
O sistema alertou-o:
* transmission accomplished
flçdkf
Tinha que sair dali. E de mais a mais, não se passava nada de anormal que justificasse a sua presença. Teria que ficar para uma próxima oportunidade. Olhou mais uma vez o mar. A imagem distorcida pelo écran trazia-lhe, mesmo assim, o cheiro e o rumor das ondas e isso trouxe-lhe à memória uma tarde ...
E, de repente, apanhou-o. O homem levantara-se e tapara-lhe a visão do mar. Conseguira-lhe ver a cabeça durante um segundo. Era barbudo e tinha olhos claros, talvez azuis. Teria uns quarenta e tal anos. Perto da sua idade, se tivesse continuado a viver. E usava óculos.
C. excitou-se tremendamente. Não via um humano ao vivo e a cores há uns ... nem sabia quantos anos. Talvez uns vinte anos. Não que não tivesse tido oportunidade para isso, mas porque pura e simplesmente não se interessara.
Era estranho. Enquanto regressava à rede tentou gravar na sua memória o retrato do homem. Não tivera tempo de accionar o Programa de Imagem para lhe tirar uma fotografia. E se calhar até era mais seguro assim. Mas por agora teria de adiar novamente a Dheli. A informação do Krueg aguardava. Só esperava que valesse a pena.
dfksdlçf
31/12/2030
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Guardian-Angel,
It's the last day of a world that was once ours. The last day of our time. A new time is coming. A new order. A new world. I write these words with the greatest sense of loss I ever experienced. Even greater than when I lost you. Because when I lost you, it was deliberate. But this ... Now I am, we all are losing a world which is slipping between our fingers and there is so little we can do about it. The feeling of helplessness is in everyone's eyes, like the dark shadow that covers us through the day.
I usually make plans every year. I have no plans, for I lost all hope. I wonder what has become of you. I finally told someone about you. His name is JJ. He's seen all there is to see. He's been through hell and has come back with his strength intact. Sometimes he reminds me of you. Your dreams, your commitment, your heart, even your words. I've seen men come back from the jungle looking like shadows of men. JJ has come back a hundred times, yet he still believes we're all going somewhere. I don't know where we could possibly be headed, but he seems to know all the answers. He didn't try to take you out of my mind. He didn't say it was wrong to still think about us. He just listened to me. As if he understood I would go mad if I kept you only to myself.
Tuesday
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01/01/02
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Guardian-Angel,
They say that war is the best of times and the worst of times. I think now I understand why. You can't act here. You can't pretend to be someone you're really not, when you're fighting for your own life. You can't hide. And everybody accepts that. It's like the best of mankind and the worst are forced to remain together under the same roof, and sooner or later they will have to make some kind of connection. You learn to take the good with the bad, because you know you'll probably depend on someone to save your life sooner or later.
At first it's scarry, but you soon learn not to fight it. All you must do is learn to accept your own dark side, and hope others will too. And they eventually do, because there is no other way.
Tuesday

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Macro Secrets 28


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People enjoy watching others make fools of themselves

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

MORMORIOS DI FIRENZE VII

O Estorninho - Parte I
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Como Clarice, veio em busca do que toca Hannibal. What makes him tick.
Sente-lhe a presença assim que desce do comboio naquela noite fria de Dezembro, três horas depois de abandonar a louca Roma. Regressará à cidade das cúpulas, mas por agora Florença tem recantos que precisam ser vasculhados.
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ºhkglçº
E sente-o, assim que se apea da carruagem do Comboio de Alta Velocidade. Os seus passos decididos na noite escura e gélida e solitária. Medieval. Persegue-o como um perdigueiro incansável fareja a caça. Não precisa da sua presença para o ver. Ele está em todo o lado.
Na catedral de Santa Maria Novella, sobre os túmulos de pedra dos monges dispostos no jardim, os seus passos carregados de ironia pisando o pó dos que acreditam nesse Deus impiedoso e cínico e sádico.
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Na pacata rua da Farmacia onde, dizem, se pode sentir a mais agradável mistura de odores do mundo.
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No solene Baptistério do Duomo, que serviu de inspiração a Dante.
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Nas escadarias esguias e escuras que conduzem ao topo do próprio Duomo.
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Debaixo das arcadas do corredor que se estende paralelo à Piazza della Republica, onde ainda cheira ao sangue do vagabundo que Hannibal matou com uma ligeira mas mortífera facada a meio da noite.
ºç~dºfç
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O carrossel antigo gira na Praça transportando-a até uma outra tarde, do outro lado do Atlântico, em que os dedos do Canibal podiam ter passado pelos seus cabelos, ao de leve, sem que ela tivesse jamais reparado. Pressentido apenas.
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Falam, Clarice e o Monstro, mas não com palavras. Os seus seres íntimos dialogam segredos que arrepiariam os seus seres conscientes, o dela pelo menos. Hannibal está devidamente sintonizado com as suas vísceras, ao contrário da maioria dos humanos, para que tais conversas lhe causem comichão.
Continua a busca, no Café Rivoire, onde o Doutor provavelmente se sentou inúmeras vezes deliciando-se com o melhor chocolate quente do mundo, enquanto observava da janela pela milésima vez Perseus e a sua cabeça de Medusa, quase na esquina para as Galerias Uffizi.
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Naquela loja de chapéus de cavalheiro, brancos, de feltro e fita de cetim, como ele gosta. Note-se, branco e não negro, porque a sua alma está em paz consigo própria.
Sorri desdenhosamente. Clarice franziria com asco o rosto, ao pensar isto - conheço-lhe os gostos como se conhecesse os gostos de um amante. Olfacto apurado. Gosto requintado e subtil, de berço, daquele que não se aprende. Daquele que ou já nasce nos nossos genes e é incutido desde tenra idade, ou nunca se apreenderá na totalidade. Haverá sempre falhas, se não for assim. Clarice teve de aprender a refinar o seu, simples e vulgar, para entender o apelo do dele. E para perceber a importância de não haver falhas.
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Hannibal aprecia o belo, seja uma Madonna de Pescoço Comprido deslumbrantemente pincelada por Parmigianino e pendurada numa parede das Uffizi, seja um pedaço de tripa de Carabinieri assassinado de um só golpe e pendurado do balcão da varanda da Biblioteca Capponi, três metros acima das cabeças estupefactas de um bando de turistas japoneses.
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inspirado nos personagens Hannibal Lecter e Clarice Starling, criados por Thomas Harris

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

EM BUSCA DE PALAVRAS 99

The Saviordçfk
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Provavelmente o último filme sobre snipers que me faltava ver (acho que já os vi todos!!!!).
Dennis Quaid é um mercenário americano ao serviço da Legião Estrangeira, que se vê atirado para o meio do conflito Bósnio. É forçado a proteger uma mulher e o bebé fruto de violação, que ela rejeita inicialmente.
Esperava um pouco mais deste filme produzido por Oliver Stone, mas depois lembrei-me que Oliver Stone de facto só fez um grande filme na sua carreira - Platoon. O resto são americanadas competentes e lacrimejantes, incluindo JFK e esse terror em cadeira de rodas chamado Nascido a 4 de Julho (medo! medo! de Tom Cruise paraplégico e com a mania que está a ter o papel da sua vida).
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O que aprendi com Savior? Nada que não soubesse já. É um bom filme, até comovente. Dennis Quaid, esse, continua o "boy next door" que sempre foi. Giro e com um lado profundo que surpreende sempre, actor competente e com jeito para vestir fardas, de qualquer espécie (desde The Right Stuff que tem sido sempre assim, god bless him...).
kjlkk
E o cheirinho do Salvador:
dçlfkd

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

MURMÚRIOS DO PARAÍSO XIII

Camaleões e Helicópteros
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Dos Camaleões já só reza a história.
Quando era miúda, apareciam no jardim de vez em quando, mais vezes do que as que ela desejaria, mudando do verde folha para o cinzento pedra, em cima do parapeito. Causavam-lhe pavor. Asco.
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Os répteis, ou por caminharem com a lentidão da lesma ou logo com a rapidez da formiga, causam-lhe arrepios. E reflecte. Que provavelmente é esta a razão pela qual os répteis constituem desde tempos imemoriais um dos terrores favoritos e universais da humanidade - porque ao se moverem a velocidades e ritmos diferentes daquela, lhe causam uma inconsciente repulsa inexplicável - aquilo é diferente de mim, muuuuito diferente de mim.
~ºç~çº
kçl
O empreendimento imobiliário desregrado deu cabo do periclitante habitat dos camaleões e, hoje em dia, aquela que foi em tempos a maior colónia europeia destes lagartos de cauda enrolada esvanece irremediavelmente.
Nunca mais os viu no jardim. E sente saudades do que a arrepiava. Saudades de ver um camaleão no muro, tornar-se do verde folha para o cinzento pedra e depois para o castanho tronco. Brrrrrr.
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dfkdk
Já os helicópteros, talvez porque voem, estão vivos e de boa saúde. Recomendam-se. Costumam aparecer nos dias de muito calor ou durante as marés vivas. São infalivelmente belos e delicados, rápidos e esquivos. Ora aqui, ora ali, ora mais além, ora ... onde está? Varrem a orla costeira em formação de reconhecimento no seu vietnam liliputiano. Pousam apenas segundos, para alarem disparados para parte incerta. A sua vida é tão efémera que provavelmente um segundo na vida de um helicóptero equivale a um mês da nossa.
çllkçl

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Quando há vento, agarram-se desesperadamente a um pau espetado na areia e ficam ali a lutar com Eolo, como se enfrentassem um furacão de proporções bíblicas.
São verde-safira, amarelo-topázio ou encarnado-rubi, pequenas pedras preciosas do areal, com asas transparentes e nervadas. Ela chama-lhes helicópteros desde pequena. Mas o seu verdadeiro nome é libelinhas.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

PALAVRAS ESTÚPIDAS 86

Languages
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"It is easier to think in a foreign language than it is to feel in it (...) A thought expressed in a different language may be practically the same thought, but a feeling or emotion expressed in a different language is not the same feeling or emotion. One of the reasons for learning at least one foreign language well is that we acquire a kind of supplementary personality."
T. S. Eliot (On Poetry and Poets)
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To be almost fluent in two languages is a privilege, special and interesting. To be able to feel in 2 languages creates 2 different personalities that add up and originate even a third one. This constant game that I instinctively have created for years and years, has resulted in the development of 2 personalities with which I enjoy myself immensely: the first in english, the second a crazy melting pot of both portuguese and english, where my mind has become naturaly used to true hallucinating ping pong tournaments between the 2 languages, givng birth to anglo-saxonic sentences, thoughts and feelings that only I understand.
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When I write in english I am different than when I write in portuguese. The rythm, the elasticity and the flexbility are so different, that naturally they contaminate one's thoughts and one's feelings. Poetry comes easier, for instance. And because poetry started coming easier in english, it influenced my portuguese writing of poetry. It is possible even, that the habit of writing and thinking in english improved my portuguese writing. Strange, but possible.
And when I plunge into the insane territory ruled by both languages, a third world rises from an unknown limbo of social, cultural, native, historical references. This could be the reason why I feel so fascinated by James Joyce's work. Because he was trying to create this whole new language from every experience known to human kind (prose, poetry, rhyme, song, science, history, art, crafts, astrology, etc) and turn it into the language of thoughts and dreams.
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It is not easy, though, to have been brought up with 2 different cultures. Two very distinct ones. Not everyone understands this. Sometimes they even make fun of it. Of me. I am used to that. But I still don't like it. Ignorance (the fear of that which we do not know) is one of the most powerful weapons in the world. But I feel lucky for the inheritance I received. Honored, even. To be able to speak, feel, think and write in two of the most beautiful languages on earth is indeed a privilege.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

AS TRIBOS DE ANDRÓMEDA

Mohawk
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"A good chief gives, he does not take."
Provérbio Mohawk
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Os Mohawk que significa "comedores de homens", são uma das tribos que fazem parte da confederação Iroquesa. Auto-intitulavam-se Kaniengehaga, ou "pessoas do lugar do sílex".
Os Mohawk são constituídos por apenas 3 clãs, o Clã do Urso, do Lobo e da Tartaruga.
Até ao século XVII os Mohawk envolveram-se em variados confrontos com outras tribos, tendo sido praticamente extintos por diversas vezes. Quando os Holandeses chegaram ao Continente Americano forneceram armas de fogo aos Mohawk, de forma a que estes pudessem caçar de forma mais eficaz os castores e obter as suas peles para comércio. O uso de armas possibilitou aos Mohawk a conquista dos seus adversários, os quais aterrorizaram com estas novas armas e o seu som devastador. Os Mohawk tornaram-se adversários formidáveis e vencedores em quase todas as batalhas em que se envolviam de modo que, por volta do ano 1660 as conquistas dos confederados Iroqueses se estendiam por cerca de 2400 km de território. Por esta altura, os Mohawk constituíam-se apenas por 500 guerreiros.
Em 1630 os Mohawk começaram a vender as suas terras aos Holandeses. No início da Revolução Americana, os Mohawk tomaram o partido dos Ingleses e no final a grande maioria deslocou-se para o território Canadiano, onde residem desde então em terras concedidas pelo governo britânico. Existe também uma grande comunidade Mohawk no estado de Nova Iorque.

A comunidade de Nova Iorque foi fundada devido a um facto curioso - entre as décadas de 1930 e 1970, muitos índios Mohawk e outros membros da confederação iroquesa foram utilizados como trabalhadores na construção dos grandes arranha-céus de Manhattan, que inlcuíram o Empire State Building, algumas pontes e as extintas Torres Gémeas. Isto deveu-se ao facto de os Mohawk não temerem as alturas ou condições de trabalho perigosas.
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Os Mohawk acreditavam que os espíritos estavam em todo o lado e no interior de todas as coisas naturais. Os espíritos do Céu existem sob a forma de vento, trovão, sol, lua e estrelas. Os espíritos da Terra estão nas plantas e animais. Esta força espiritual era chamada orenda e controlava o tempo e todas as coisas vivas. O Senhor da Vida estava em constante luta com o seu irmão maléfico, Sílex. Ambos equilibravam o mundo. Tudo era bom e mau.
Uma vez que havia espíritos nos animais, quando alguém matava um animal, os Mohawk rezavam para que o seu espírito pudesse renascer numa vida melhor. Os caçadores tentavam pensar como o animal que perseguiam, para melhor compreenderem onde este se esconderia e onde poderia viver.
Os sonhos eram muito respeitados pelos Mohawk que os consideravam desejos da alma e, portanto, que deviam ser sempre concretizados. Qualquer coisa que uma pessoa sonhasse, significava que lhe iria acontecer na realidade. Os Mohawk faziam Apanhadores de Sonhos (dream catchers) para os seus filhos e casais. Estes serviam para prender os maus sonhos e deixar os bons sonhos passar.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Magic Moments 96

DVD 3 - Dedicatórias Verdadeiramente Dedicadas
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Em nome do Sporting, gostaria de dedicar esta música ao Paulo Bento. Tenho a certeza que todos os Sportinguistas sentem estas palavras no fundo do coração.
d.fmdsf


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Como posso eu deixar-te ires embora,
deixar-te partir sem deixares rasto
Quando estou aqui a respirar cada pedaço de ar contigooooo
ooh És o único que me conheceu realmente
Como podes deixar-me
quando eu só posso ficar a ver-te ires
Porque partilhámos o riso e a dor,
e até partilhámos as lágrimas
És o único que me conheceu realmente
Por isso olha para mim agooooora
porque só há um espaço vazio
E nada reeeeeesta para me recordar
apenas a memória do teu rosto
Por isso olha para mim agoooooora
porque só resta um espaço vazio

E tu voltaaaaaaares para mim é uma hipótese sem esperança
e é isso que tenho de enfrentar
Quem me dera poder fazer-te dares a volta
dares a volta e veres-me chorar
Há tanta coisa que preciso dizer-te
tantas razões porquê
És o único que me conheceu realmente
Por isso olha para mim agora
porque só há um espaço vazio
E nada reeeeeeeesta para me recordar
apenas a memóóóóóória do teu rosto

Olha para mim agooooooooora
porque só reeeeeeesta um espaço vazio
Mas esperar por ti
Isso é tudo o que posso fazer e é isso que tenho de enfrentar
Olha bem para mim agoooooooora
Porque eu ainda vou estar aqui à espera
E tu voltares para mim é uma hipótese sem esperança
É a possibilidade que tenho de arriscaaaaaaar
oh, oho Olha para mim agooooora

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Fetiche #12

Fetiche
Nome masculino > 1. Objecto a que se presta culto por se lhe atribuir poder mágico ou sobrenatural > 2. figurado. aquilo a que se dedica um interesse obssessivo ou irracional > psicologia. objecto gerador de atracção ou excitação sexual compulsiva.
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"O acto de colocar a caneta no papel encoraja as pausas para deixar o pensamento correr, o que por sua vez nos faz pensar de forma mais profunda na vida, o que nos ajuda a reencontrar algum equilíbrio." - Norbet Platt
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[Blocos]
1. Substantivo sonhador > 2. De todas as cores, formatos e feitios > 3. Pautados ou lisos, NUNCA, JAMAIS quadri ... brrrr!! ... culados > 4. Com argolas, cozidos com linha, agrafados, colados > 5. Com fechos, fitas, botões, elásticos > 6. De capa dura, capa mole, sem capa ou várias capas > 7. Com cabeçalhos, para escrever os títulos dos assuntos; com buracos, para se enfiarem mais rapidamente em dossiers coloridos; com picotado, para arrancar com mais celeridade quando algo não está a correr bem; com conjuntos coloridos de folhas, para organizar melhor os assuntos da vida > 8. A4, A5, A6, A7 > 9. Na mesa-de-cabeceira, para ideias nocturnas inadiáveis; na sala, para os escritos diários; na cozinha, para listas de compras; na mala, para pensamentos móveis > 10. Para romances longos, poemas instantâneos, listas de compras, listas de tarefas, sonhos impossíveis, ideias idiotas, pensamentos luminosos, reflexões profundas, textos rápidos, inspirações súbitas, desenhos psicanalíticos, contas complicadas, projectos eternos, invenções estapafúrdias, pesquisas exaustivas, cartas que nunca se enviarão, testemunhos da nossa vida > 11. Nunca reciclado, o papel reciclado é horrível (já sei ... sou uma criminosa ... mas antes criminosa que politicamente correcta blaaarghhhh) > 12. Quantos cadernos já consumi nesta vida? Quantas árvores já morreram para que eu escrevesse? > 13. Não me lembro da primeira palavra que aprendi a escrever ou a ler, mas lembro-me do primeiro papel que serviu para forrar os meus primeiros cadernos e livros da escola - amarelo vivo com um padrão de pandas brancos e pretos > 14. Esteja onde estiver, vá para onde for, fique onde ficar, há sempre um bloco comigo e, sem eles, é como se me faltasse uma mão

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

'Till I Found You

O Mundo Colapsa 12
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2200, Inverno, 13.45 GMT
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Isto significava que a humanidade tinha sido afastada do mar para o interior e aprisionada em caixas de vidro onde se respirava oxigénio produzido por cada uma das Centrais O2 construídas para o efeito em cada continente, pelo menos até o Sistema decidir que a raça humana não justificava tal dispêndio de tempo e combustível. De facto, o oxigénio era racionado e haviam surgido uma série de novas doenças associadas a este racionamento. A única razão para continuarem a existir humanos era porque estes eram ainda necessários para o trabalho manual e cerebral. Ironicamente, as máquinas precisavam da ilimitada capacidade física e intelectual do ser humano para assegurarem a sua existência e, enquanto assim fosse, a existência da espécie humana permanecia ela própria assegurada.
Mas o Programa não se podia fiar na previsibilidade das máquinas e os ARLIs travavam uma luta contra o tempo e contra a sua própria inteligência. Era um pau de dois bicos. Se, por um lado, e enquanto não descobrissem a forma ideal para o minar, interessava-lhes que continuasse a funcionar nos mesmos moldes em que sempre funcionara, porque pelo menos isso permitia-lhes um aprofundamento dos conhecimentos que tinham sobre ele e a garantia de que eles próprios sobreviviam, por outro lado, trabalhavam para o aniquilar, em última instância.
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A velocidade de transmissão do Krueg acelerara consideravelmente, o que significava que estava a aproximar-se do fim. Partiu em direcção à África, depois inverteu novamente o sentido para a América, subiu o continente, pulou para a Austrália e finalmente aproximou-se da Europa. Pulou duas ou três vezes entre esta e a Ásia e entrou no PacMaster da Dheli. Foi bombardeado pelos inventários da compra de alimentos dos últimos seis meses e andou por momentos a girar à toa entre carnes, massas, legumes e especiarias. O PacMaster estava a ser utilizado pelo seu proprietário que, aparentemente, realizava comparações entre os diversos valores transaccionados pela Dheli no último semestre. Óptimo! Talvez conseguisse dar uma espreitadela ao focinho do dito cujo.
Procurou o programa de vídeo-conferência, infiltrou-se na ligação e, após alguns segundos, chegou à câmara e accionou o seu próprio programa de visão, que nunca estava activado porque não precisava dele para nada no interior da Rede.
A câmara estava apontada para o mar, como era costume. E C. só encontrava uma explicação para este aparente privilégio. O dono da Dheli era um Super-Merdoso. Tradução: fazia parte da elite dos humanos que tinham sido poupados às Colónias de Escravatura porque os seus cérebros de merda eram demasiado valiosos para serem desperdiçados em mão-de-obra. O acordo dúbio que alguns humanos tinham logrado no início podia desfazer-se num ápice e lá ia o magano integrar um qualquer programa de Recombinação Genética. Mas, em contrapartida, era-lhes permitido viver em relativa paz e sossego, com algumas regalias. Uma delas poderia muito bem ser uma varanda com vista para o mar.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

MORMORIOS DI FIRENZE VI

O Canibal - Parte IV
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Hannibal percorreu a margem oposta do rio e deteve-se nas pequenas coisas. Um candeeiro com pés de leão, uma velha estátua esquecida num canto secreto, uma aguarela de um dos muitos artistas que ocupavam o corredor de arcadas à beira do rio que ia desembocar na ponte.
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O segredo da vida, pensou, está nos pequenos detalhes. É aí que ela acontece à velocidade de Einstein e com a minúcia de Planck, sem que a possamos deter. Quando chega até nós, a vida vem lenta, cansada, preguiçosa. E se não soubermos interpretar os pequenos sinais, não sabemos viver.
fglççºdfg
fglºfg
Atraessou a Ponte Vecchio e inspeccionou vagarosamente as montras. Uma multidão de turistas aglomerava-se junto ao busto de Cellini, onde no gradeamento baixo que o rodeava os pares de namorados penduravam cadeados com os respectivos nomes, na esperança de que o amor durasse para sempre.
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klçdfk
Nem sequer sorriu. Hannibal nunca sorri, muito menos quando se detém no vulgar. Os seus olhos cemicerraram-se e pareceram ficar ainda mais azuis, como se tivessem sido feitos do mesmo vidro azul pisado que decorava um dos painéis de uma das várias ourivesarias ao longo da Ponte.
fºçd~çºf
º~fç~f
Miseráveis vidas consumidas por desejos absurdos, irrealizáveis. A maioria, senão todos aqueles pares, teria o fim destinado a todas as coisas nesta vida - lento e inexorável. Voltou costas ao mesquinho vulgar e estudou com atenção um dos anéis expostos na montra da ourivesaria. Era um simples aro de ouro de duas voltas entrelaçadas. Ele sabia que era muito arriscado. A marca do ouro dar-lhe-ia facilmente a localização da loja, mas mesmo assim queria fazê-lo.
fçºdfç

fº~lçº~f
Poucas coisas eram eternas. Misha era eterna. Não fora Marguerite Duras quem o dissera? - Que os pássaros, como o amor, eram eternos. Não o amor dos vulgares, mas o amor dos leões, pensou. E havia um pássaro do outro lado do Atlântico com um dedo perfeito para aquele anel. O nome do pássaro era Starling*.
gfdfºg
dçlfkdçl
* Starling = estorninho em inglês
dfkjd
Inspirado no personagem Hannibal Lecter, criado por Thomas Harris

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Macro Secrets 27

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I like to go unnoticed

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

PALAVRAS EMPRESTADAS 62


dçºflçºd
"Perde-se sempre muito tempo, ao longo da vida, se nos puséssemos a pensar assim, toda a gente se suicidaria."
fkdçlfk
"Não há nenhuma história. Quem se torna assassino aos vinte anos, deixa de ter história. Não pode avançar nem recuar, nem ter sucesso, nem fracassar em nenhum domínio da vida."
kdçlksd
"Compreendes, era um homem duplamente ameaçado pela morte. E para com esses homens há sempre, para além do amor, como dizer? Uma fidelidade especial."
fdklkf
"E quando se é assassino, acabou-se, não se é mais nada."
çldkslça
"Estamos sempre mais ou menos à procura de qualquer coisa, de qualquer coisa que surja do mundo e venha até nós."
dsjfkl
"Mas, se nunca cometêssemos erros, seria um inferno."
lçdfkdçl
"Estamos sempre à espera de qualquer coisa. Depois de esperarmos muito, mudamos de ideias, pomo-nos à espera de algo que venha mais depressa. É para isso que servem os cudos, para satisfazer pequenas expectativas. Terás de te habituar."
lkjflsdk
"- Não é verdade que se diz que nada nos impressiona mais do que um grande amor? Que nada, em suma, se lhe assemelha?
- Os pequenos amores do dia-a-dia têm outras vantagens.
- E esses não são tão tristes de ver.
- A esses basta-lhes a vida, não saberiam o que fazer da eternidade.
- Digam-me cá, qual é o sinal anunciador do fim de um grande amor?
- O facto de nada o impedir, aparentemente, de durar sempre, não é?
- E dos que tudo impede de durarem sempre?
-Ah, esses, como poderemos saber?"
kdlçfk
"Os pássaros são como o amor, sempre existiram. Todas as espécies desaparecem, excepto os pássaros. Como o amor."
lçfçd
O Marinheiro de Gibraltar - Marguerite Duras

domingo, 14 de fevereiro de 2010

EM BUSCA DE PALAVRAS 98

À Velocidade da Vida
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Há pouco tempo perguntavam-me como corria o livro. Respondi que devagar. O meu interlocutor voltou a retorquir que pensava que "estava a correr à velocidade duma bala". Respondi "quem me dera ..." Mas depois reconsiderei e pensei "não, não queria isso, mesmo que fosse possível".
Nenhum livro, pela experiência que tenho, pode correr à velocidade duma bala ou sequer de um comboio. As palavras são como frutos dum pomar da condição humana e precisam, por isso, de tempo para amadurecer, ganhar corpo, cor e sabor, brincar com a luz e a escuridão, ser transplantadas e recombinadas e voltarem a florescer.
Não. Um livro não é como um filme, em que num minuto um personagem sofre um choque, tem uma epifania e decide mudar de um dia para o outro um importante ítem da sua lista personalítica. Os filmes são (têm de ser, mesmo os melhores) sumos de fruta concentrados, ou então transformam-se em séries de televisão.
Não. Um livro é como a vida, real, compassada, respirada, por vezes dolorosamente lenta.
Não. Um livro é como as pessoas, que demoram muito tempo a perceber certas coisas ou a mudar.
Não. Um livro respira como uma pessoa, nunca como uma bala, mesmo que seja sobre balas que viajam a uma média de 300 quilómetros por segundo.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

MURMÚRIOS DO PARAÍSO XII

A Vila Real
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kjfldsk
A Vila é Real desde tempos remotos. Conjectura-se que porque a realeza gostaria de ali ir a banhos. Consulta-se a enciclopédia e descobre-se que o poderoso Marquês de Pombal mandou edificar a Vila com o objectivo de transformá-la num porto de pesca modelo.
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Vai-se à Vila Real para espreitar as lojas de panos e atoalhados, almoçar uma bela conquilhada, passear na catita marina e atravessar o Guadiana para a outra margem.
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Vai-se à Vila Real serpentear na feira e andar de bicicleta até ao pontão empedregulhado.
Vai-se à Vila Real saudar a simpática Lutegarda mais uma vez e o novo Marquês, que berloqueia seus caracóis no perfil de pedra.
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Espreita-se mais uma vez o lindíssimo interior do Hotel Guadiana, compra-se uns bibelots na loja de artigos para cozinha, percorrem-se os seus passeios desenhados, miram-se os seus candeeiros típicos e corre-se pela milésima vez o cais dos ferrys.
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Depois regressa-se pela estrada da mata ao Paraíso, com a certeza de que tanto um como a outra estarão sempre lá, à distância de um passeio.
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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

PALAVRAS ESTÚPIDAS 85

Dúvida existencial # 4
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Pêlos - Parte II
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Mas o que é que passou (passa, ainda se irá passar durante muito tempo? espero que passe depressa ...) pela cabeça dos homens da minha geração que agora andam todos a tentar escamotear a natureza?
Estou a falar de pêlos, sim. É isso mesmo. Agora andam todos a depilar-se definitivamente. Incluindo em sítios onde só de pensar me faz comichão (não os pêlos, note-se, porque desapareceram subitamente da equação).
Pêlos, voltem, por favor ... Eu passo a explicar. Eu não sou maluca. Não é que eu seja fã de pêlos mas ... também não sou propriamente fã de não-pêlos, percebem?
Quer dizer, um homem sem pêlos é como ... como ... (esta tem que ser boa, mesmo boa)
... como pássaro sem asas (para os mais poéticos)
... como martelo sem prego (para os que gostam de DIY)
... como bicha sem pessoas (para os que gostam de trocadilhos)
... como abelha sem mel (para os campestres)
... como computador sem teclado (para os info-maníacos)
... como
pronto, acho que já deu para perceber
enfim,UMA ABERRAÇÃO.
Não que a minha opinião interesse para alguma coisa, note-se, mas apenas para que fique registado em acta para um futuro incerto, um futuro em que os homens atinem de vez (alguma vez atinaram?):
Homens! (cof! cof!)
a não ser que sejam o David Beckam (um dia explico porquê) ou o Tony Ramos (vão ver a fotografia do peito do homem e já entenderão porquê) NÃO SE DEPILEM, POR FAVOR.
É ridículo, estúpido, efeminado e ... basicamente é estúpido mesmo.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

AS TRIBOS DE ANDRÓMEDA

Mapuche
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"Conheceres-te a ti mesmo é o primeiro passo para seres culto."
Provérbio Mapuche
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Os Mapuche são uma das poucas tribos da América do Sul que sobeviveram até aos dias de hoje sem sofrer quase nenhuma alteração nas suas tradições, desde há quase 12.000 anos atrás. Os Mapuche provêem do Chile, havendo também alguns na Argentina.
Os Mapuche resistiram a 3 grupos diferentes que os tentaram conquistar: os Incas, os Espanhóis e os imigrantes Europeus. Em 1866 os Chilenos promulgaram uma lei que permitia vender as terras dos Mapuche e em 1884 os Mapuche foram colocados em reservas. Actualmente existem leis que protegem os direitos indígenas, mas estas nem sempre são respeitadas.
A organização social dos Mapuche é patrilineal e patrilocal, o que significa que os recém-casados se mudam para a terra do pai do noivo até poderem ter o seu próprio lar. São governados por um Chefe, mas as mulheres detêm um papel importantíssimo - são elas que usam as vestes cerimoniais, as dentoras das tradições culturais e quem ensina os jovens até se tornarem adultos. Aos homens é permitido todo o sexo que desejarem, mesmo antes do casamento, sendo a única restrição ao sexo o incesto. Para evitarem isto, normalmente os homens casam com mulheres de reservas vizinhas. O casamento ideal será o de um homem com a filha do irmão da mãe. A poligamia é habitual, sendo justificada até religiosamente - quanto mais filhos um homem tiver, mais possibilidades tem o seu espírito de ser eternizado. A poligamia e o bem-estar eterno da alma estão, deste modo, intimamente relacionados na cultura Mapuche.
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As decisões agrícolas são feitas sobrenaturalmente, com rezas para boas colheitas, estando os rituais de fertilidade e os rituais funerários inter-relacionados.
Os Mapuche veneram os animais e os seus antepassados. As Machi (na maioria mulheres) são as líderes espirituais e as curandeiras da tribo. A sua principal tarefa é curar e lutar contra as bruxas más ou kalku. Eles chamam às forças do mal wekufe, como por exemplo os fantasmas, considerados vampiros que adoptam formas humanas e muito perigosos.
Acreditam na vida para além da morte, chamada Nomelafken ou wenumapu (terra superior). No ritual funerário, o corpo do defunto é colocado no meio de um círculo de forma a afastar os espíritos maus. Caso isto não aconteça, os Mapuche acreditam que os kalku podem capturar o espírito do defunto e transformá-lo num fantasma.
Os Mapuche possuem vários deuses: Ñenechen, o governador dos Mapuche e o deus principal; Ñenemapun, o criador e governador da Terra; Elchen, o criador das pessoas; Küpuka fucha e Küpuka kushe, os deuses da Abundância; Antü fucha e Antü kushe, os deuses do Sol; Kügen fucha e Kügen kushe, os deuses da Lua; Pillan fucha e Pillan kushe, os deuses do Trovão e dos vulcões; Lafken fucha e Lafken kushe, os deuses do Mar.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

MAGIC MOMENTS 95

DVD 2 - Dedicatórias Verdadeiramente Dedicadas
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Porque sempre achei que esta letra tem tudo a ver com os meus amigos hackers e os seus amados computadores.
Por isso, to all you hackers out there, this is for you. Information is power ;)
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I want a new drug - one that won't make me sick
One that won't make me crash my car
or make me feel three feet thick.
I want a new drug - one that won't hurt my head
One that won't make my mouth too dry
or make my eyes too red.
One that won't make me nervous
wonderin' what to do.
One that makes me feel like I feel when I'm with you
when I'm alone with you.
I want a new drug - one that won't spill.
One that don't cost too much
or come in a pill.
I want a new drug - one that won't go away
One that won't keep me up all night
one that won't make me sleep all day.
One that won't make me nervous
wonderin' what to do.
One that makes me feel like I feel when I'm with you
when I'm alone with you.

I'm alone with you baby.
I want a new drug- one that does what it should
One that won't make me feel too bad
One that won't make me feel too good.
I want a new drug- one with no doubt
One that won't make me talk too much
Or make my face break out.
One that won't make me nenrous
Wonderin' what to do.
One that makes me feel like I feel when I'm with you
when I'm alone with you.

I'm alone with you
I'm alone with you
yeah

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Fetiche #11

Fetiche
Nome masculino > 1. Objecto a que se presta culto por se lhe atribuir poder mágico ou sobrenatural > 2. figurado. aquilo a que se dedica um interesse obssessivo ou irracional > psicologia. objecto gerador de atracção ou excitação sexual compulsiva.

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“I've developed a new philosophy... I only dread one day at a time.”- Charlie Brown
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[Charlie Brown]
1. Nome de rapaz ternurento, frustrado e tímido > 2. Mais do que um fetiche, é um alter-ego assumido - I am Charlie Brown > 3. Invenção de um génio chamado Charles (provavelmente o Charlie era também o seu alter-ego) Schulz, que já não está entre nós > 4. Charlie bem tenta, mas tudo em que toca parece votado ao fracasso > 5. Todos os anos, Charlie tenta bater naquela bola da maneira correcta e todos os anos falha sempre, para desespero da restante equipa de baseball (nem todos podem ser ases no desporto ... mesmo na Terra do Uncle Sam) > 6. De todas as vezes que Lucy o tenta enganar, consegue! rais parta a mulher, porque Charlie acaba sempre por confiar nela e NUNCA consegue dar o pontapé naquela bola > 7. É Charlie quem é dono de Snoopy ou é o Snoopy que é dono de Charlie? ... > 8. Peanuts - a série animada com as vozes mais irresistíveis de sempre > 9. E os outros: Snoopy, o cão prodígio; Woodstock, o pássaro excêntrico; Sally e a sua fixação na Great Big Pumpkin; Linus e a sua fralda fetiche; Lucy e a sua mania de saber tudo e mais alguma coisa (tenho uma tia com o mesmo nome muitíssimo parecida ...); Schroeder e a sua paixão por Beethoven; Peppermint Patty que vem lá da santa terrinha com os seus modos de maria-rapaz e as suas sandálias e o seu fraco por Charlie > 10. Insubstituíveis, irresistíveis, eternos > 11. Uma série com crianças, onde jamais se vêem adultos, concebida para deliciar adultos e crianças, por esta ordem de importância
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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

'Till I Found You

O Mundo Colapsa 11
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2200, Inverno, 13.40 GMT
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A Dheli chamara-lhe a atenção há uns meses atrás porque, numa das suas passagens pela Rede, nos poucos tempos livres que não ocupava em hibernação, detectara uma forte concentração de comunicação unilateral nos PacMasters da área circundante, o que era estranho. Estranho por dois motivos:
1º - O Sistema de Vigilância não permitia concentrações desta espécie. Qualquer grupo de mais de 3 PacMasters próximos a comunicarem em simultâneo e ainda por cima com um único receptor, era considerado altamente suspeito e era rapidamente eliminado (tradução: primeiro os PacMasters explodiam e depois "explodiam" os seus donos, que acabavam a servir de combustível num qualquer terminal espacial)
2º - Nenhum humano no seu juízo perfeito e em posse de todas as suas faculdades, experimentaria jamais fazer isto, desde que os primeiros PacMasters e respectivos donos tinham começado a explodir um pouco por todo o mundo, nos primeiros tempos da Nova Era.
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Portanto, das duas uma:
* Ou o Sistema de Vigilância apresentava algum tipo de falha que um bando de idiotas tinha aproveitado para "furar"
* ou o suposto grupinho era composto por Gajos Muita Espertos que tinham conseguido iludir o Sistema
Em qualquer dos casos, era algo que o intrigava desde que por acaso tinha reparado naquele ponto suspeito, e valia a pena investigar um pouco mais. Sobretudo porque se houvesse de facto um grupo de Gajos Muita Espertos a furar o Sistema, C. queria saber porque andavam a fazê-lo e principalmente C. queria-os no Programa. Toda a ajuda era preciosa, sobretudo dos Humanos, apesar de considerar, ao contrário de J., que todos sem excepção eram uns Merdosos.
Por isso, decidiu realizar algumas incursões rápidas pela zona. Não podia deixar-se ficar muito tempo no mesmo PacMaster porque levantaria suspeitas, mas podia alterar um pouco o seu plano de vôo e saltitar mais vezes para aquela zona, em vez de andar a percorrer o planeta inteiro. Depois, o que tornava ainda mais aliciante a Dheli, é que o sistema de vídeo do PacMaster do seu proprietário estava invariavelmente apontado para a janela da casa e C. conseguia ver o mar. Em pixels, é certo. Mas ao menos era o mar verdadeiro e não uma fotografia mal emporcamente resgatada do seu baú de memórias e digitalizada à pressa antes de ter resolvido evaporar-se definitivamente na Rede.
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Este facto também era estranho. Todos os ARLIs estavam a par das características da Revolução operada no mundo. Destruição de países inteiros, eliminação de todas as organizações, instituições e sistemas humanos, escravatura humana e sobretudo destruição de toda a geografia e arquitectura milenares, para dar lugar a uma amálgama de conjuntos parecidos com cidades industriais. Por outro lado, o aquecimento do planeta tinha atingido tais proporções, que obrigara à construção de gigantescas cúpulas protectoras, algumas delas abarcando centenas de milhares de quilómetros. O resultado era uma paisagem planetária que se assemelhava a um deserto povoado de cogumelos de vidro de várias dimensões e a Terra, observada a partir das diversas estações espaciais que a cercavam, assemelhava-se a um organismo canceroso gigantesco e pardacento, onde as únicas notas de cor eram conferidas pelos pequenos pedaços de azul oceânico que preenchiam os espaços entre as cúpulas.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Macro Secrets 26

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I am a remarkable actress

sábado, 6 de fevereiro de 2010

MORMORIOS DI FIRENZE V

Monstros, Deuses, Príncipes e Artistas
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Nas esquinas de Florença convivem monstros, deuses, príncipes e artistas. A proximidade com estes seres leva-a a confirmar uma antiga teoria - o belo está tão próximo do feio, como o amor do ódio. Os extremos tocam-se e atraem-se. Nem só de musas vive um artista que, por conhecer os segredos horripilantes dos materiais que trabalha, compreende mais do que qualquer outro ser, que o belo só pode nascer do feio e que a ira, a força e a loucura são muitas vezes a base do sublime.
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Note-se como: de um bloco de mármore duro e fechado, podem nascer os mais belos apêndices alados. Que esforço exige a dura pedra ao artista? Uma luta titânica. Uma obssessão teimosa. Uma concentração obstinada.
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Note-se como: de uma parede nua, brotam histórias habilmente pinceladas em cores magistralmente misturadas. Que esforço exige o complicado fresco ao artista? Uma paciência sem limites. Uma habilidade minuciosa. Um timing perfeito.
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Note-se como: de um esqueleto de andaimes suspensos, brotam cúpulas que desafiam as leis da gravidade. Que esforço exige a misteriosa matemática ao artista? Uma mente capaz de associações brilhantes. Um espírito visionário intemporal. Um labor diário persistente.
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E então acontecem milagres. Que não são milagres pelas características que habitualmente atribuímos aos milagres - fenómenos instantâneos de magia espiritual. Porque não brotaram do nada, mas de uma dedicação que pode levar à loucura. O milagre está no resultado do esforço, nunca no fenómeno temporal.
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E nós, meros passageiros do tempo, julgamos apenas o produto acabado, sem adivinharmos os monstros impossíveis contra os quais os artistas pagos pelos príncipes e inspirados pelos deuses tiveram de lutar para transformar o comum no imortal.