quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

'Till I Found You

O Mundo Colapsa 12
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2200, Inverno, 13.45 GMT
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Isto significava que a humanidade tinha sido afastada do mar para o interior e aprisionada em caixas de vidro onde se respirava oxigénio produzido por cada uma das Centrais O2 construídas para o efeito em cada continente, pelo menos até o Sistema decidir que a raça humana não justificava tal dispêndio de tempo e combustível. De facto, o oxigénio era racionado e haviam surgido uma série de novas doenças associadas a este racionamento. A única razão para continuarem a existir humanos era porque estes eram ainda necessários para o trabalho manual e cerebral. Ironicamente, as máquinas precisavam da ilimitada capacidade física e intelectual do ser humano para assegurarem a sua existência e, enquanto assim fosse, a existência da espécie humana permanecia ela própria assegurada.
Mas o Programa não se podia fiar na previsibilidade das máquinas e os ARLIs travavam uma luta contra o tempo e contra a sua própria inteligência. Era um pau de dois bicos. Se, por um lado, e enquanto não descobrissem a forma ideal para o minar, interessava-lhes que continuasse a funcionar nos mesmos moldes em que sempre funcionara, porque pelo menos isso permitia-lhes um aprofundamento dos conhecimentos que tinham sobre ele e a garantia de que eles próprios sobreviviam, por outro lado, trabalhavam para o aniquilar, em última instância.
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A velocidade de transmissão do Krueg acelerara consideravelmente, o que significava que estava a aproximar-se do fim. Partiu em direcção à África, depois inverteu novamente o sentido para a América, subiu o continente, pulou para a Austrália e finalmente aproximou-se da Europa. Pulou duas ou três vezes entre esta e a Ásia e entrou no PacMaster da Dheli. Foi bombardeado pelos inventários da compra de alimentos dos últimos seis meses e andou por momentos a girar à toa entre carnes, massas, legumes e especiarias. O PacMaster estava a ser utilizado pelo seu proprietário que, aparentemente, realizava comparações entre os diversos valores transaccionados pela Dheli no último semestre. Óptimo! Talvez conseguisse dar uma espreitadela ao focinho do dito cujo.
Procurou o programa de vídeo-conferência, infiltrou-se na ligação e, após alguns segundos, chegou à câmara e accionou o seu próprio programa de visão, que nunca estava activado porque não precisava dele para nada no interior da Rede.
A câmara estava apontada para o mar, como era costume. E C. só encontrava uma explicação para este aparente privilégio. O dono da Dheli era um Super-Merdoso. Tradução: fazia parte da elite dos humanos que tinham sido poupados às Colónias de Escravatura porque os seus cérebros de merda eram demasiado valiosos para serem desperdiçados em mão-de-obra. O acordo dúbio que alguns humanos tinham logrado no início podia desfazer-se num ápice e lá ia o magano integrar um qualquer programa de Recombinação Genética. Mas, em contrapartida, era-lhes permitido viver em relativa paz e sossego, com algumas regalias. Uma delas poderia muito bem ser uma varanda com vista para o mar.

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