quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

MORMORIOS DI FIRENZE VII

O Estorninho - Parte I
çdsjfd

skljfdkl
Como Clarice, veio em busca do que toca Hannibal. What makes him tick.
Sente-lhe a presença assim que desce do comboio naquela noite fria de Dezembro, três horas depois de abandonar a louca Roma. Regressará à cidade das cúpulas, mas por agora Florença tem recantos que precisam ser vasculhados.
çhklfgh
ºhkglçº
E sente-o, assim que se apea da carruagem do Comboio de Alta Velocidade. Os seus passos decididos na noite escura e gélida e solitária. Medieval. Persegue-o como um perdigueiro incansável fareja a caça. Não precisa da sua presença para o ver. Ele está em todo o lado.
Na catedral de Santa Maria Novella, sobre os túmulos de pedra dos monges dispostos no jardim, os seus passos carregados de ironia pisando o pó dos que acreditam nesse Deus impiedoso e cínico e sádico.
fgjklçdfg

fgºklçg
Na pacata rua da Farmacia onde, dizem, se pode sentir a mais agradável mistura de odores do mundo.
kghlçfgkh
fdlçgkçfld
No solene Baptistério do Duomo, que serviu de inspiração a Dante.
çljdfjklg

flgkflçd
Nas escadarias esguias e escuras que conduzem ao topo do próprio Duomo.
gldfkg
ºçlgºf
Debaixo das arcadas do corredor que se estende paralelo à Piazza della Republica, onde ainda cheira ao sangue do vagabundo que Hannibal matou com uma ligeira mas mortífera facada a meio da noite.
ºç~dºfç
gçºfldgº
O carrossel antigo gira na Praça transportando-a até uma outra tarde, do outro lado do Atlântico, em que os dedos do Canibal podiam ter passado pelos seus cabelos, ao de leve, sem que ela tivesse jamais reparado. Pressentido apenas.
hlkll
hkhj
Falam, Clarice e o Monstro, mas não com palavras. Os seus seres íntimos dialogam segredos que arrepiariam os seus seres conscientes, o dela pelo menos. Hannibal está devidamente sintonizado com as suas vísceras, ao contrário da maioria dos humanos, para que tais conversas lhe causem comichão.
Continua a busca, no Café Rivoire, onde o Doutor provavelmente se sentou inúmeras vezes deliciando-se com o melhor chocolate quente do mundo, enquanto observava da janela pela milésima vez Perseus e a sua cabeça de Medusa, quase na esquina para as Galerias Uffizi.
fkglçdfkh

ghklfglçh
Naquela loja de chapéus de cavalheiro, brancos, de feltro e fita de cetim, como ele gosta. Note-se, branco e não negro, porque a sua alma está em paz consigo própria.
Sorri desdenhosamente. Clarice franziria com asco o rosto, ao pensar isto - conheço-lhe os gostos como se conhecesse os gostos de um amante. Olfacto apurado. Gosto requintado e subtil, de berço, daquele que não se aprende. Daquele que ou já nasce nos nossos genes e é incutido desde tenra idade, ou nunca se apreenderá na totalidade. Haverá sempre falhas, se não for assim. Clarice teve de aprender a refinar o seu, simples e vulgar, para entender o apelo do dele. E para perceber a importância de não haver falhas.
kflçsdf
dlkfçsdl
Hannibal aprecia o belo, seja uma Madonna de Pescoço Comprido deslumbrantemente pincelada por Parmigianino e pendurada numa parede das Uffizi, seja um pedaço de tripa de Carabinieri assassinado de um só golpe e pendurado do balcão da varanda da Biblioteca Capponi, três metros acima das cabeças estupefactas de um bando de turistas japoneses.
kgdflçg
inspirado nos personagens Hannibal Lecter e Clarice Starling, criados por Thomas Harris

Sem comentários: