Nesta era em que quase tudo parece explicado, desconstruído e descodificado, ainda haverá coisas que nos fascinam, como os
Inadaptados
Não conformados. A si próprios, ou às normas. Aos outros. Estranhos. Desviados. Os inadaptados costumam fazer torcer o nariz, mais do que fascinar, a não ser que venham embrulhados no glamour de uma história fictícia cinéfila ou literária. Aí sim, toda a gente os compreende e até desejaria no espaço que dura o filme ou no tempo que o livro leva a ler, talvez ser como eles. Passado esse momento de fraqueza, a malta regressa à sua habitual manada e não pensa mais no assunto ou, se pensa, será para voltar a torcer o nariz quando por eles passa.
Os inadaptados não são os rebeldes. São mais fracos do que aqueles. São os que, apesar de não se conformarem com a norma, nada fazem para a mudar, mas também não conseguem nada fazer para se adaptarem a ela. Vivem num limbo permanente, tentando conformar-se e sem conseguirem. Ao contrário dos rebeldes, os inadaptados sofrem silenciosamente. Onde os rebeldes gritam e lutam e explodem para foram, atraindo adeptos para as suas fileiras, os inadaptados penam em silêncio, para dentro, implodindo para dentro, como as estrelas moribundas, que colapsam em buracos negros.
Em 1961 o escritor Arthur Miller escreveu o argumento de "The Misfits", para a mulher Marylin Monroe interpretar na tela, na companhia de Clark Gable, duas estrelas fulgurantes, uma completamente inadaptada ao seu papel de mulher fatal produzida para o consumo das massas, o outro bem adaptado ao seu estatuto de grande estrela da época dourada de Hollywood. Conta ainda com Montgomery Clift, talvez o mais ultrajantemente inadaptado dos seres humanos. A história, filmada por John Huston, divaga sobre o crepúsculo do Oeste e dos seus últimos cowboys, com a metáfora dos cavalos selvagens que são mortos para servirem de alimento. O próprio filme foi completamente "misfit", o público não lhe achou grande piada. Hoje é um clássico do cinema, não só por juntar três estrelas absolutamente diferentes umas das outras, como também porque seria o derradeiro filme de Monroe e Gable no cinema e o antepenúltimo de Clift.
Os inadaptados não são os rebeldes. São mais fracos do que aqueles. São os que, apesar de não se conformarem com a norma, nada fazem para a mudar, mas também não conseguem nada fazer para se adaptarem a ela. Vivem num limbo permanente, tentando conformar-se e sem conseguirem. Ao contrário dos rebeldes, os inadaptados sofrem silenciosamente. Onde os rebeldes gritam e lutam e explodem para foram, atraindo adeptos para as suas fileiras, os inadaptados penam em silêncio, para dentro, implodindo para dentro, como as estrelas moribundas, que colapsam em buracos negros.
Em 1961 o escritor Arthur Miller escreveu o argumento de "The Misfits", para a mulher Marylin Monroe interpretar na tela, na companhia de Clark Gable, duas estrelas fulgurantes, uma completamente inadaptada ao seu papel de mulher fatal produzida para o consumo das massas, o outro bem adaptado ao seu estatuto de grande estrela da época dourada de Hollywood. Conta ainda com Montgomery Clift, talvez o mais ultrajantemente inadaptado dos seres humanos. A história, filmada por John Huston, divaga sobre o crepúsculo do Oeste e dos seus últimos cowboys, com a metáfora dos cavalos selvagens que são mortos para servirem de alimento. O próprio filme foi completamente "misfit", o público não lhe achou grande piada. Hoje é um clássico do cinema, não só por juntar três estrelas absolutamente diferentes umas das outras, como também porque seria o derradeiro filme de Monroe e Gable no cinema e o antepenúltimo de Clift.
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