quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Coisas que (ainda) nos fascinam

Nesta era em que quase tudo parece explicado, desconstruído e descodificado, ainda haverá coisas que nos fascinam, como os

 
Gémeos
 
 
 
Neste mundo povoado por biliões de pessoas que conseguem ser todas diferentes, aquilo que nos continua a fascinar (se o facto anterior não fosse já de si fascinante) são as semelhanças. Duas pessoas iguais. Fisicamente e psicologicamente, embora (outro facto fascinante) neste segundo departamento as coisas não sejam assim tão taxativas.
Duas pessoas que se olham uma na outra como num espelho, para o seu próprio reflexo vivo. Duas pessoas cuja ligação é tão forte que pensam e sentem as mesmas coisas ao mesmo tempo. Será o ideal com que todos sonhamos.
Mas os gémeos, para além de nos fascinarem, também nos suscitam piedade. Que infelicidade vir assim ao mundo, com alguém igualzinho a nós, que nos rouba a nossa individualidade. Os gémeos nunca poderão dizer que são únicos, que como eles não existe mais ninguém, ou "aproveita que eu não duro sempre". Lá estará o seu irmão para o desmentir.
Os gémeos sempre fascinaram os artistas - fotógrafos, pintores, escritores, cineastas.
A obra que me vem à memória imediatamente, é "Os Meteoros" de Michel Tournier, romance estranho e desconcertante sobre a relação visceral entre dois gémeos. E também "Dead Ringers", de David Cronenberg, com Jeremy Irons no papel dos dois gémeos ginecologistas que realizam estranhas experiências em mulheres. 
 

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