segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Coisas que (ainda) nos fascinam

Nesta era em que quase tudo parece explicado, desconstruído e descodificado, ainda haverá coisas que nos fascinam, como as
SEITAS


Porque são secretas, obviamente, fascinam. Porque são redutos intransponíveis para alguns. As seitas são apenas para os escolhidos, que têm de possuir ou de respeitar determinadas características para poderem ser aceites no seio destes "clubinhos do Bolinha". Em vez de "Menina não entra", a tabuleta dirá antes "Nem todos os meninos e meninas entram".
As seitas a que costumamos associar a palavra são aquelas, ironicamente, em que não nos interessa muito entrar. Assustam-nos, fazemos pouco delas, acusamo-las de se aproveitarem dos seus crédulos membros para ganharem dinheiro, fama e proveito. A da cientologia é um exemplo inteligente de como criar uma seita nestes termos recolhendo para as suas fileiras, não os pobres, mas os muito ricos e famosos. Dinheiro não faltará nos bolsos dos cientologistas que se aproveitam da burrice dos muitos ricos e famosos, sim, porque ao contrário do que se poderá pensar, dinheiro e fama não é sinónimo de inteligência, antes pelo contrário, na grande maioria dos casos.
Mas existem outras seitas, a que normalmente não associamos a definição e que funcionam basicamente nos mesmos termos, sendo que a única diferença é que a sua moeda de troca não é o papel de valor mas os privilégios e influências que proporcionam aos seus membros. A Maçonaria é um exemplo, assim como a própria Igreja Católica, que começou por ser uma pequena seita escondida em cavernas e acabou numa grande seita sediada no Vaticano, com ramificações por todo o planeta. Não deixam de ser seitas. Os seus membros são escolhidos a dedo, normalmente pessoas com influência económica, política, social, que gerem os destinos das massas escondidos nos seus redutos secretos carregados de cerimónias simbólicas, objectos sagrados e regras rígidas de conduta.
E, sobretudo, a regra de ouro de qualquer seita, que deve ter sido aprendida numa outra de origem italiana, a Máfia - omertá - o código do silêncio é mais eficaz do que mil muros de arame farpado.
O fruto proibido é sempre muitíssimo apetecido. O ser humano é curioso por natureza. Até descobrir o que se esconde realmente por trás desses muros, não descansa. E o fascínio permanecerá eternamente.

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