Nesta era em que quase tudo parece explicado, desconstruído e descodificado, ainda haverá coisas que nos fascinam, como os
SAPATOS
Desde que a Cinderela perdeu o seu, que vivemos fascinados (ou deverei dizer fascinadas?) por esses objectos de vestuário? ... arte? ... lúdicos? ...
O que é um sapato, nos dias que correm?
Parece ter deixado de servir o seu principal e primordial propósito - proteger os nossos apêndices locomotivos - e passar a ser a expressão de um universo inteiro contido na base dos nossos dias.
Os estilistas de sapatos não são homens, para as mulheres, mas deuses, capazes de conceber milagres prodigiosos em ínfimos centímetros quadrados de tecido e outros materiais.
Talvez porque é mais fácil dirigir as atenções todas para uma pequena superfície artisticamente decorada, o sapato passou a ser a expressão máxima do estrato social e da classe e da capacidade económica de alguém. A minha mãe sempre me ensinou que os sapatos devem estar impecáveis e de que estes devem sempre combinar com a mala. Duas lições que me fartei de desrespeitar.
A verdade é que quando queremos avaliar alguém de imediato, a primeira coisa que fazemos é olhar para os sapatos e as mãos. As extremidades parecem ter uma importância grande na grelha de avaliações humana, já que os chapéus também costumam ser motivo de atracções intensas e de estatuto.
Mas o sapato, ah, o sapato, preenche as nossas medidas sempre, mesmo que não sejamos ou queiramos ser nenhumas cinderelas. Até eu, que não ligo nenhuma a essas coisas, olhando ali para cima para aqueles mimos do Manolo Blahnik, me apetece ser sapateira, caramba!
Sem comentários:
Enviar um comentário