domingo, 2 de março de 2008

EM BUSCA DE PALAVRAS 13

AVISO: Este post é de leitura interdita a menores de 18 anos ou a pessoas sem o mínimo de bom senso ou senso de humor dentro da tola
ºçdºçdl
A Melhor Amiga de Um Sniper – Parte XI
fkjgçklfg
“Movimento. 2 homens.”
“Rotas de saída?”
“A primeira, pelo cume. A segunda, pela estrada. A terceira, pelo rio.”
“Dá-me as indicações.”
“Um alvo. Sector Bravo, ao fundo. Um veículo, arma com carregador de fita.”
“Distância?”
“795 metros, a aproximar-se. Vento a ¾, ajusta 2 graus para a esquerda. Estará a 820 metros na zona larga da estrada.”
“Está em mira.
“Contacto visual. Dispara quando estiveres pronto.”
“No alvo.”
“Posto de comando, aqui Viper. Elemento hostil abatido. Escuto.”
“Viper, aqui posto de comando. Entendido, escuto.”
“Posto de comando, aqui Viper. Missão cumprida, vamos embora.”

lkfklçfd


kfçldkfç

O filme que se seguiu na minha lista de pesquisa foi “O Atirador”, uma ganda americanada com Mark Whalberg mas que, ainda assim, foi um verdadeiro manancial de informação valiosa.
A história é sobre um ex-marine sniper na reserva que se vê metido no meio duma conspiração para matar um alto dirigente africano, de visita aos EUA. Precisam de um bode expiatório e eis que o encontram no nosso herói. Até se vê bem, sobretudo porque o tema é de alta voltagem e por isso interessante, pese embora os exageros hollywoodianos – o gajo até napalm chega a usar numa cena de assalto a uma quinta onde estão os maus da fita.
Mas, em contrapartida, estas grandes produções, como dispõe de um bom orçamento para desperdiçar, costumam recorrer sempre a especialistas na matéria para tornar os personagens mais verosímeis e por isso, contrataram um verdadeiro sniper dos marines para o aconselhamento técnico, o que resultou num realismo enorme em tudo o que está relacionado com o nosso amigo sniper.
Estes tipos até trigonometria precisam de saber, com o caraças!
Mas vamos então começar a lição de snipering. O Sumário para hoje é a ciência do snipering – coeficientes balísticos, distâncias e factores de interferência na trajectória da bala.
dkjçldk
O snipering é uma verdadeira ciência matemática, meteorológica e até geográfica! Senão, atente-se no seguinte diálogo:
“O tiro exige uma arma de grande calibre. Creio que usarão 1 bala feita à mão, fabricada num torno, em liga de bronze. Com um coeficiente balístico ligeiramente inferior, mas mais rápida. O impacto da bala terá mais energia do que uma Magnum .44 à queima-roupa. O desafio é o vento. A mais ligeira brisa, não corrigida, basta para estragar o tiro. Ele precisará de indicadores entre o púlpito e o local do tiro. As correcções de velocidade são fáceis, mas uma mudança de ângulo torna-se um problema de trigonometria Terá de o resolver de cabeça. Sem um indicador, torna-se difícil demais acertar à primeira.”
Esclarecimentos:
- Calibre .44 é um calibre do caraças – em Portugal, por exemplo, a partir de 9 mm (ou seja, .358) já é proibido
- o coeficiente balístico é a capacidade que a bala tem para conservar a mesma energia ao longo da trajectória, ou seja, quanto maior for o coeficiente, maior velocidade e energia terá a bala ao longo do seu vôo
- a trajectória de uma bala não é, como eu pensava, rectilínea, ou seja, ela descreve sempre uma curva descendente a partir do momento em que sai do cano e acerta no alvo – essa curva deve-se à gravidade da terra e à resistência do ar e varia normalmente entre os 9 e os 12 metros, consoante a distância e a velocidade a que é disparada;
para além disto, uma série de factores podem interferir no percurso da bala, como o vento, a humidade, altitude, temperatura do ar, sopro do mar e até, imagine-se, a curvatura da Terra e a rotação do nosso planeta – a chamada força de Coriolis; ou seja, partindo do pressuposto que num tiro de longo alcance, a cerca de 1 quilómetro e meio, a bala demora uns 6 segundos a atingir o alvo, o sniper terá de atirar para onde o alvo irá estar daí a 6 segundos ..., tendo em conta toda a calibragem a efectuar de acordo com os diversos factores atrás referidos
Complicado? Fascinante, diria. Não fazia a mais pequena ideia ...
- tiros a grandes distâncias como esta, cerca de 1,5 Km são dificílimos e só snipers muitíssimo experientes os podem conseguir; normalmente atira-se ao coração porque a zona da cabeça é muito mais pequena e por isso, muito mais difícil de acertar; o impacto num alvo humano a esta distância e com calibres grandes resulta, devido ao choque hidrostático, numa explosão do alvo, ou seja, membros espalhados por todo o lado, até 60 metros do local ...
kflkdf
E um cheirinho do filme:
kjklfj

kjdkldj
Na próxima lição, a camuflagem de um sniper, outra ciência por si só.
Hasta la vista, baby.

1 comentário:

Dry-Martini disse...

É nestes momentos que damos o devido valor ao Guilherme Tell. Descupe, apeteceu-me ir comer uma maçã :)