segunda-feira, 24 de março de 2008

EM BUSCA DE PALAVRAS 16

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Haverá um polícia.
Eu não queria meter a polícia ao barulho, porque não percebo nada de polícia e é difícil perceber de polícia. Mas teve mesmo que ser.
Logo no início, logo a seguir ao sniper me ter assaltado o espírito, o polícia falou dentro de mim. Foi o primeiro de todos a falar, mesmo antes do sniper. Disse assim: “Ok, a situação é a seguinte ... bla bla bla (não estavam à espera que eu vos dissesse o que é que o polícia me disse, pois não? :) ) ... Agora, explica-me uma coisa – que merda é esta, pá? O que é que se passa aqui?” – dirigindo-se ao seu colega de investigação.
Depois calou-se. Mas continuou, como uma sombra, a rondar a história. É natural. Onde há criminosos, há sempre polícias a farejar. Normalmente bons polícias. Daqueles incansáveis, dos que não desistem, dos que viram a mobília toda de pernas para o ar para descobrirem todos os possíveis indícios. Dos que cheiram como pastores alemães.
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Portanto, estou frita, pensei. Porque haverá um polícia. E agora o que faço? Considerei seriamente a hipótese de telefonar para a Polícia Judiciária e perguntar assim de chofre “Estou a escrever um livro. Será possível acompanhar uma equipa de investigação a um local de homicídio?” Logo a seguir, uma voz dentro da minha cabeça berrou histérica “Mas tu tás cos copos???!!!!”
Comecei a matutar, por isso, dentro da minha cabecinha pensadora e depois de ter mandado a voz histérica ir tomar um banho de imerssão descompressor, como iria então deslindar este embróglio.
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Felizmente, um senhor chamado Paulo Pereira Cristóvão, ex-investigador da PJ e um dos principais protagonistas da investigação da morte de Joana Cipriano, decidiu escrever um livro chamado “A Estrela de Joana”, que relata pela primeira vez e por dentro, o decurso de uma investigação criminal levada a cabo pela discretíssima Judiciária.
Como se isso não bastasse, e como se tivesse ouvido as minhas preces, o mesmo senhor acaba de lançar um livro semelhante sobre o caso Maddie. Já o devorei também.
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Entretanto, o polícia, que era suposto ser apenas um personagem secundário, impôs-se como principal, para mal dos meus pecados. Quanto mais eu o empurrava para um canto, mais ele me assaltava o espírito. E o pior de tudo é que cada vez gosto mais dele. O que significa que tenho agora quatro personagens armados em chicos espertos que tomaram conta da história. Isto significa também que este livro ultrapassou a penosa e ansiosa etapa do "tens pernas para andar ou não tens, como é?". Agora não há como voltar atrás. Eles, os personagens, desenvolvem-se, sim, mas depois ficam à minha volta, tipo cãezinhos a dar a dar com o rabo e de língua de fora a pedirem: "Escreve-me! Tenho tantas coisas para dizer e fazer."
E a moura que escreva.
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Portanto, haverá um polícia, dos melhores. E haverá um criminoso, dos melhores. E encontrei alguma ajuda preciosa para proceder à “caça” como deve ser.

2 comentários:

Dry-Martini disse...

Pronto pronto já percebi que o seu silêncio é por uma boa causa :)

XinXin

PS: Posso escrever o prefácio? Prometo que nesse dia "carrego" no Matini :)

Andrómeda disse...

Lucidez acima de tudo, caro Sherlock! :)