segunda-feira, 3 de março de 2008

MAGIC MOMENTS 28

Em Defesa de Rocky Balboa
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“Just a man
And his will to survive”
Eye of the tiger – Survivor

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Adoro o Rocky.
Odeio boxe, acho que é o desporto mais estúpido do mundo (se bem que já tenha tido por diversas vezes vontade de praticar boxe na foçanha de muito boa gente ...). Mas adoro o Rocky. E gosto muito do Sylvester Stallone. Sobretudo quando faz de Rocky. O Sylvester não é um Marlon Brando (que não é, de certeza absoluta), mas não é assim tão mau actor como dizem (vejam-no em Copland, por exemplo). E existe uma honestidade, uma bondade e uma simplicidade em tudo o que faz, que me agrada muito. Ele sabe que não é grande actor, mas é um tipo esforçado, que subiu a pulso, que lutou e que conseguiu fazer qualquer coisa de jeito neste mundo - a propósito, as duas características que o tornam alvo de tanta chacota - os olhos caídos e uma voz arrastada – são duas deficiências resultantes da danificação de um nervo facial atingido pelos forceps durante o parto ....
Conseguiu fazer mais do que muitos idiotas armados em finórios que o criticam, conseguirão. Como o Rocky.
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O primeiro filme da série ganhou o Oscar para melhor filme do ano, concorrendo contra Taxi Driver, por exemplo. Foi merecido.
Rocky é um filme belíssimo, doce e poético sobre um bronco ternurento que consegue ser campeão de boxe, quando ninguém dava nada por ele. Rocky é a história de um homem que vem do nada e que luta e teima até se tornar um campeão. Rocky é também uma história de amor muito bonita entre duas pessoas que, aparentemente, nada tinham a ver uma com a outra e que constroem uma vida em comum, apoiados no amor que têm um pelo outro. Em última instância Rocky é uma ode ao herói solitário americano por excelência, ao homem que vence tudo e todos sozinho e apoiado apenas na sua determinação, algo que faz parte do imaginário mitológico americano desde o far-west. E é por isso que o Rocky é verdadeiramente amado nos EUA. Como anedota, Sylvester conta que quando foi filmar a Filadélfia as pessoas não gritavam o seu nome, mas o de Rocky, nas ruas. Porque era o Rocky que elas queriam ver, não queriam saber do Stallone para nada.
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Vi recentemente o último filme da série. Os outros 4 ou 5 do meio são um lixo absoluto. Compreende-se – eram os anos 80, uma época de exageros larger than life. Mas este último regressa às origens. Rocky está velho, mas não desistiu do sonho e, apesar de não vencer no final, como em todos os outros filmes (um sinal evidente da maturidade artística e pessoal de Stallone), Rocky vence sempre nos nossos corações. Ele já não precisa de vencer no ringue, porque há muito que já nos conquistou com a sua coragem, determinação e sobretudo a sua honestidade e dignidade. Adrian está morta. Mas Rocky ainda consegue ir buscar forças àquele amor, que foi sempre a sua chama.
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Foi a despedida de Rocky. Foi também a despedida de Sylvester Stallone do papel e do projecto que mais lhe tocou o coração. Ele volta a subir aquelas escadas em Filadélfia e nós voltamos a subir com ele. O nosso coração rejubila. E é só isso que importa nas grandes histórias. Quando nos tocam o coração, nos fazem sonhar, nos dão esperança e nos fazem vibrar.
Obrigado, Rocky. Obrigado, Sylvester. Gosto muito dos dois. E estarão sempre no meu coração.
Adeus, Rocky.
Este post é um post de amor. E, como dizia Pessoa, todas as cartas de amor são ridículas para os outros. Não me importo :)
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2 comentários:

Dry-Martini disse...

Mas vamos lá ver em que é que ficamos: Gladiador em boxer shorts ou Rocky em slip leopardo? :)

Andrómeda disse...

Ha ... ha ... ha ... não percebeu nadica de nada ... mas fez-me rir, o que já por si não é mau ...