domingo, 10 de março de 2013

OS CINEASTAS DE ANDRÓMEDA

Alfred
Hitchcock


The Master of Suspense

Marcos: Foi pioneiro de muitas técnicas nos géneros cinematográficos do suspense e do thriller psicológico, entre as quais o uso da câmara de filmar que imita o olhar de uma pessoa, forçando os espectadores a um exercício de voyeurismo. Enquadrava os planos de forma a maximizar a ansiedade, o medo ou a empatia e utilizou edição inovadora. As suas histórias tratam habitualmente de fugitivos da lei acompanhados por personagens femininas louras e gélidas. Muitos dos seus filmes têm finais com um twist inusitado e enredos complicados contendo violência, assassínio e crime. Muitos desses mistérios são utilizados como armadilhas ou aquilo que ficou designado como "MacGuffins", isto é, um artifício do enredo, que toma a forma de um objectivo, objecto desejado ou qualquer outro motivador para cuja obtenção, protecção ou controlo o protagonista do filme (e por vezes o antagonista) está pronto a fazer ou sacrificar qualquer coisa, sem que aquele tenha qualquer explicação ou lógica narrativa sobre o facto de ser considerado tão importante. Os seus filmes também tomam emprestados muitos temas da psicanálise e comportam conotações sexuais muito fortes. Hitchcock também foi precursor de uma mania adoptada por alguns cineastas actuais - aparecer de fugida nos seus próprios filmes, como uma personagem secundária ou mesmo um mero figurante. A série televisiva "Alfred Hitchcock Apresenta" tornou-o também um ícone para as grandes massas e a sua figura amplamente reconhecida pelo público não cineasta.

O que gosto: A combinação soberba de planos soberbos que revelam muito mostrando muito pouco. Os argumentos primorosamente escritos. O controlo absoluto que ele tem sobre os seus actores, onde cada gesto e cada expressão e cada movimento são coreografados exaustivamente. Um "je ne sais quoi" criador de suspense de nos fazer encaracolar os dedos e a alma, que só posso descrever como ... hitchcockiano - o suspense de Hitchcock é diferente de qualquer outra espécie de suspense e é primoroso porque mexe cá dentro bem fundo e porque é ao mesmo tempo feito com um bom gosto ridículo.

O que não gosto: Pouca coisa. Se for pensar bem, nada. Talvez me faça alguma comichão a sua lendária "taradice sexual", que era mesmo puxada. Mas isso, quando interfere nos filmes, revela-se na sua mestria em filmar as mulheres.

Os Filmes de Referência: Psycho, Os Pássaros, Intriga Internacional, Janela Indiscreta, Vertigo

Os meus Preferidos: Os Pássaros, Psycho, Janela Indiscreta, Rope e Rebecca

Os planos mais famosos do mestre, acompanhados pela música mais inquietante jamais concebida para um filme de terror:


"Always make the audience suffer as much as possible."

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