

"Praga nunca te abandona ... esta querida mãezinha tem garras afiadas."
Franz Kafka
Praga no Outono cobre-se de poeira dourada
Como um mágico conto de fadas
Praga no Inverno é escura e fria
Chove miudinho e a neve arrepia
Praga tem vielas antigas
E tristes e soturnas raparigas
Há também a Praga dos carteiristas
Que surpreendem os incautos turistas
Em Praga ouvem-se músicos virtuosos
E dançam-se pantomimas sedosas
Lá morou um escritor perturbado
Pelo mundo terrivelmente admirado
Praga é a cidade das maravilhosas marionetas
Dos desajeitados fantoches e das graciosas bonecas
Em cada esquina vivem surpreendentes teatrinhos
Onde aprendemos a mexer todos os cordelinhos
Nas pontes do rio que lá passa
Artistas pintam e tocam sem pressa
E as terríveis memórias da grande guerra
Jazem amontoadas e adormecidas debaixo da terra
Em Praga ouvi tantas histórias silenciosas
Sussurradas nas esquinas ventosas
Debaixo das pedras ancestrais
No fundo dos olhos dos jograis
De Praga trouxe 3 confidentes
Uma princesa envergonhada e indolente
Um palhaço colorido e tresloucado
E um misterioso mago enfeitiçado
Um dia, é certo, a Praga voltarei
No Outono ou na Primavera, não sei
Quando as folhas douradas começarem a cair
Ou as flores perfumadas desatarem a abrir
1. Em estados de ligação entre partículas (ex: o electrão que gira em torno do núcleo) a energia não é trocada de forma contínua, mas descontínua, podendo as trocas energéticas ocorridas ser diferentes umas das outras. Foi Max Planck quem desenvolveu esta ideia.
2. Princípio da Incerteza de Heisenberg - É impossível atribuir ao mesmo tempo uma posição e uma velocidade exactas a uma partícula, pelo que o conceito de trajectória é ignorado substituindo-se pelo conceito de onda. Ou seja, quando se conhece a posição da partícula, não é possível saber a velocidade dela nesse ponto e vice-versa.
Max Planck: O físico alemão é considerado o fundador da teoria quântica. Descobriu a Constante de Planck, constante fundamental que é utilizada para calcular a energia dos fotões e a Lei de Planck da Radiação, que viria a constituir, 10 anos mais tarde, a base da teoria quântica, desenvolvida por Niels Bohr. A quantização centra-se na ideia de que a energia electromagnética pode apenas ser emitida sob a forma de “pacotes” (quanta), ou seja, a energia só pode ser um múltiplo de uma unidade elementar. Por esta descoberta, recebeu o prémio Nobel da Física em 1918.
Niels Bohr: Físico dinamarquês cujas contribuições para a mecânica quântica foram fundamentais para o desenvolvimento deste ramo da física, tão complexo. O seu trabalho, que viria a constituir a base fundamental de toda a teoria quântica, baseou-se na ideia de que um electrão pode cair de uma órbita de energia mais elevada para uma de menor energia, emitindo um fotão (um quantum de luz) de energia discreta. Outro dos princípios fundamentais que estabeleceu foi o da complementaridade - os elementos podem ser analizados separadamente como tendo propriedades contraditórias. Ex: a luz pode ser aomesmo tempo uma onda e um conjunto de partículas. Tal como Oppenheimer, também trabalhou na concepção da bomba atómica no Projecto Manhattan e também se opôs sempre veementemente contra a sua utilização bélica, defendendo uma partilha de informação por toda a comunidade científica mundial.
Teoria de Tudo: O velho sonho de Einstein - unir todas as partículas e forças fundamentais da natureza numa única teoria. Até ao momento isso tem sido impossível, uma vez que não há maneira de conseguir unir de forma lógica a Teoria da Relatividade Geral (que descreve a gravidade e se aplica a estruturas de larga escala - estrelas, galáxias, etc) e a mecânica quântica (que descreve as outras três forças fundamentais ao nível microscópico). O desenvolvimento de uma teoria quântica de campo (que tenha em conta a gravidade - a quarta força fundamental) normalmente resulta em probabilidades infinitas, ou seja, inúteis. Os físicos desenvolveram técnicas matemáticas (renormalização) para eliminar estes infinitos, que resultam com as forças electromagnética, nuclear forte e nuclear fraca, mas não com a gravidade.
Porque é que os físicos quânticos são péssimos amantes? ... Porque quando encontram a posição, não encontram a velocidade e quando atingem a velocidade, não encontram a posição.
Is anybody out there?....
Vermeer
SUPERCORDAS
“Now it's crawling from the sea
Now it's coming down from the trees
It moves through you
And I know it moves through me
This intergalactic subatomic particle breeze”
Steve Burns
A Teoria das Supercordas: A Teoria das Supercordas ou Supersymmetric String Theory é considerada a mais promissora teoria de gravidade quântica. Postula que as partículas são na realidade cordas infinitamente pequenas que vibram no espaço com frequências diferentes. As diferentes formas de vibração (como os instrumentos de cordas musicais) resultam em diferentes estados. Nesta teoria prevê-se a existência de mais do que as quatro dimensões actuais (altura, largura, profundidade e tempo), sendo que as outras dimensões são infinitamente pequenas, logo, indetectáveis e não influenciando os acontecimentos normais.Uma vez que as equaçoes que descrevem a natureza fisica das cordas divergiam entre si, existiam no início 5 teorias de supercordas diferentes: Tipo I, Tipo IIA, Tipo IIB, Heterotica-O e Heterotica-E.
Teoria M: A teoria M veio unificar todas as diferentes teorias de cordas numa só, acrescentando um novo elemento - membranas. Assim como a 10ª dimensão, as equações das 5 teorias de cordas originais eram demasiado pobres para revelar a existência das membranas. Estas, também chamadas branas ou p-branas (o "p" refere-se ao número de dimensões que possuem), são objectos multidimensionais que podem conter de 0 a 9 dimensões. As p-branas são muito mais "pesadas" do que as cordas (uma corda é uma 1-brana, ou seja uma membrana com 1 dimensão) e constituem objectos esticados espacialmente.
Tem-se especulado sobre o significado da letra M na Teoria-M, cujo criador, Edward Witten, sempre explicou significar "Magia", "Mistério" ou "Membrana", consoante a preferência de cada um. Mas também já foi sugerido "Matrix", "Mãe de todas as teorias" e até um "W" invertido, do seu apelido Witten.
Melodia Essencial ... No mais infinitamente pequeno de nós vibram uma infinidade de melodias particulares que nos unem a todos numa única sinfonia fundamental, composta de uma multitude de variações. Somos nada mais do que notas físicas, subtis e intrincadas composições matemáticas, delicadas escalas de energia. Mas será sempre um privilégio poder ter pertencido, nem que por escassos segundos cósmicos, à grandiosa orquestra universal
"Three quarks for Muster Mark!
Sure he hasn't got much of a bark
And sure any he has it's all beside the mark."
James Joyce (Finnegans Wake)
Quark: Um dos dois constituintes básicos da matéria (o outro é o leptão). Os quarks são as únicas partículas fundamentais que interagem através de todas as 4 forças fundamentais – Força Electromagnética, Forças Nucleares Forte e Fraca e Força Gravitacional (ver As Letras de Andrómeda-F). Foi Murray Gell-Mann quem pela primeira vez sugeriu a sua existência.
James Joyce: O genial escritor irlandês serviu de inspiração a Gell-Mann quando chegou a altura de nomear esta nova partícula. O físico norte-americano pediu emprestada a expressão ao romance Finnegan’s Wake, este também uma das obras mais complexas e controversas da literatura mundial, onde Joyce inventa a expressão “Three quarks for Muster Mark”, referindo-se aos 3 “vivas” que um bando de pássaros oferece ao personagem principal.
Sabores e Cores dos Quarks: Os Quarks são classificados como tendo os sabores “Up”, “Down”, “Strange”, “Charm”, “Bottom” e “Top”. Os mesões são formados por dois quarks e os hadrões por três. Exemplo: O protão é um hadrão formado por 2 quarks “up” e um quark “down”. Para além disto, os quarks também possuem as cores “red”, “green” e “blue”, apesar desta propriedade ser apenas uma forma de os catalogar e nada ter a ver com as características das cores na natureza. Tal como as 3 cores primárias, os quarks podem existir em 3 estados diferentes.
Onde está a nossa essência? ... Onde realmente acabamos e começamos? Seremos capazes de nos decompormos a nós próprios até chegarmos a uma única palavra, uma única emoção, um único adjectivo que nos caracterize fundamentalmente e nos defina simplesmente? Impossível ou um desafio a experimentar? ...