segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

EM BUSCA DE PALAVRAS 5

AVISO: Este post é de leitura interdita a menores de 18 anos ou a pessoas sem o mínimo de bom senso ou senso de humor dentro da tola
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A Melhor Amiga de Um Sniper – Parte IV
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Sexta Conclusão: Na minha cabeça, havia já decidido que a personalidade do meu sniper teria de apresentar algumas características um pouco diferentes do comum dos mortais. Agora, observando o exemplar que tinha nas mãos, as palavras "infinitamente paciente", "seguro", "calmo", "ponderado" surgiam naturalmente na minha mente ... bem como a expressão "com um ou dois parafusos fora do sítio" ...
Sétima Conclusão: Pode parecer completamente ridículo, mas segurar uma arma destas nas mãos oferece-nos uma experiência que tem o seu quê de místico - consigo perceber a relação muito supersticiosa que um sniper estabelece com a sua arma, porque não se trata de uma arma qualquer – digamos que a espingarda (e claro que depende também do modelo da espingarda) é a princesa das armas;
Por este motivo, e ao contrário de uma pistola, com a espingarda a relação estabelecida é de parceria e nunca de posse – na pistola pega-se e pronto, é minha; na espingarda, existe todo um ritual de adaptação física - a posição do corpo não é das mais cómodas, a respiração tem que ser controlada na altura do disparo, a concentração no alvo através da mira deve ser absoluta, a segurança das mãos tem que ser trabalhada, o peso nos braços é considerável - este processo não permite uma “posse” absoluta, tem que haver adaptação do humano ao objecto e vice-versa; ou seja, uma espingarda nunca se deixa possuir, tem que ser conquistada, lenta, pacientemente, com paixão, sabedoria, instinto e experiência.
Esta conclusão foi consolidada por um dado importante referido pelo meu conselheiro de serviço: na carreira de tiro, os que usam pistolas são apelidados de "malucos" pelo pessoal das espingardas; estes, por sua vez, são capazes de demorar longos minutos em posição de disparo, antes de premirem sequer o gatilho, num ritual que enerva qualquer um que esteja a observar.
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Depois de ter estado cerca de uma hora a transportá-la de um lado para o outro para lhe tirar fotografias de todos os ângulos de que me lembrei, de lhe ter examinado todos os pormenores minuciosamente e de a ter levantado não sei quantas vezes para simular disparos e sentir a adaptação das suas formas às minhas, tinha os braços completamente destruídos (não é só o meu personagem quem precisa de exercício ... estou perra ...).
Elevá-la no ar na posição de disparo durante mais de 10 segundos era um exercício impraticável e o meu respeito por snipers de guerrilha aumentou consideravelmente. Observei-a durante longos momentos e percebi uma série de coisas sobre o meu personagem que sozinha nunca teria conseguido.
E ouvi-a sussurrar-me: “não sou tua ...”; pois não, pensei, não és, mas uma das tuas primas será unha e carne com alguém que eu estou a criar.
E ouvi-o sussurrar-me: "Agora percebes um pouco melhor ... Continua ... Ainda há muito para aprender ..."

Por isso, não perca o próximo episódio de “A Melhor Amiga de Um Sniper” ;)

2 comentários:

Dry-Martini disse...

Já que gosta tanto de russos o seu sniper gosta de fazer jogos de roleta russa? :)

Andrómeda disse...

Talvez ... :)