terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Passo os dedos pelo dicionário ao acaso e aterro em ...

DECORO
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Desde o tempo de Adão e Eva que o Homem aprendeu o significado de Decoro.
Proteger as partes íntimas ou corar quando as não conseguimos ocultar, eis o ancestral dilema inculcado por centenas de anos de repressões.
Quem nunca teve o típico pesadelo de estar nu perante uma audiência que ri e nos aponta o dedo selvaticamente, fazendo troça do nosso corpo assim desprotegido, assim revelado arbitrariamente?
E quem não sonha sempre em adiantar sofregamente a roda inexorável do tempo até ao momento em que a intimidade com o outro nos permite finalmente mandar o decoro às urtigas e partilhar como viemos ao mundo esse mundo secreto feito a 2 ... ou a 3 ... ou a mais ...?
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Mas o decoro não é apenas o dos nossos corpos. Também o das palavras, que as há ditas indecorosas, proibidas, obscenas, que ferem as regras da boa educação ou as normas da sociedade dita decente. E quem nunca despejou um chorrilho de imprecações nauseabundas em segredo contra outro alguém, que atire a primeira pedra.
E por isso as nossas crianças são indecorosas - nelas não existe vergonha, nem do corpo, nem das palavras. Nelas existe a descoberta de um e das outras, como exploradores autênticos e inocentes, querendo deter-se em cada pormenor, em cada detalhe de uma forma e de uma linguagem novas e surpreendentes.
A vergonha é, pois, ensinada e aprendida. Não deves aparecer nu diante de estranhos. Não deves tocar-te, isso é feio. Não digas asneiras. Não comas de boca aberta. Não mordas a Joaninha. De pequenos selvagens indecorosos e livres, transforma-mo-los em pequenos seres arrumadinhos, nos gestos, nas ideias, nos pensamentos.
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Um dos métodos de tortura mais eficazes é despir um prisioneiro diante dos seus algozes e dos seus companheiros de cativeiro.
Uma das formas mais altruistas de demonstrar amor é despirmo-nos diante do ser amado, ou deixá-lo despir-nos como bem entender, entregando-nos nas suas mãos.
Uma das formas mais odiosas de ofender alguém é usarmos palavras indecorosas. Mas uma das formas mais perfeitas de provarmos amizade é quando podemos usar palavras ofensivas à vontade, sem temer que o outro se ofenda, e até como forma de carinho ou excitação, por vezes.
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O Decoro é, no mínimo, ambíguo, não concordam?

2 comentários:

Dry-Martini disse...

F****** que gostei mesmo :)
Não core estava a brincar mas só no inicio. Gostei mesmo

Andrómeda disse...

Aguente as canetas, porque não foi esta a ideia genial que tive :) Isto é apenas uma ideia engraçada. Me aguarde ... :)
P.S. E pode deixar-se de falsos decoros e dizer as palavras com as letras todas ;)