sexta-feira, 26 de setembro de 2008

CRÓNICAS DO PARAÍSO 14

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Os últimos dias no Paraíso são sempre nostálgicos.
O count down começou.

Para piorar as coisas, é sempre nos últimos dias que o tempo parece pôr-se melhor, como se para mangar da nossa despedida.
Passeia-se de bicicleta, mas estou perra e tenho medo das curvas. Longe vão os tempos em que voava por essas ladeiras fora sem medo de nada. Longe vão os tempos em que descia passadeiras à velocidade de Fórmulas 1 sem receio de ficar espalmada lá em baixo na areia, de nariz enterrado.
Durante o passeio de bicicleta vislumbramos o ocaso mais extraordinário de há muito tempo. O céu está magnífico, de um azul intenso, salpicado de grandes farrapos de nuvens em tons de rosa e roxo e o sol é uma bola de fogo descomunal, gigante e obesa, laranja intenso, a transbordar de vaidade perante o olhar cúmplice da irmã lua. É fácil perceber por que muitos povos antigos veneravam o sol, quando se o observa deste modo.
E o Paraíso não merece menos que isto.
Hoje o casino não foi generoso e recordo uma velha máxima – nunca repetir máquinas de um ano para o outro.
A noite acaba com uma caipirinha no 42, bar in da Avenida, onde se observa a night crowd.
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