segunda-feira, 15 de setembro de 2008

CRÓNICAS DO PARAÍSO 3


FDSF

O anjo Celso aparece de manhã para ressuscitar o esquentador e oferecer banhos quentes ao corpo cansado.

A única coisa que mexe são os céus, agitados por nuvens negras, e o vento que uiva nas esquinas.

A araucária está menos inclinada que noutros anos e ostenta 3 pinhas resistentes lá em cima.
Ao crepúsculo as gaivotas sobrevoam o Paraíso, prenúncio de mau tempo - “gaivotas em terra, tempestade no mar.” Tudo está silencioso, como na calmaria antes da tempestade.
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E depois o dilúvio cai sobre o Paraíso, como não há memória. A tempestade começa por volta das 9 da noite e só termina perto da 1 da manhã. Corre-se pela casa fora para avistar o espectáculo de relâmpagos que iluminam os céus como se fosse de dia. Os trovões ribombam e parece que destroem tudo à sua volta. E a água cai dos céus e não pára, escorre por valas e degraus, entope escoadouros e ameaça inundar a casa.
A Avenida está, como de costume, completamente alagada e já forma um rio com 2 pés de altura. A luz ameaça apagar-se umas quantas vezes, mas só pela meia-noite é que se vai de vez, obrigando a recorrer a velas antigas perdidas em gavetas.
Os funcionários da Câmara e os chineses do restaurante Pagode armam-se de pára-sol e andam feitos Indiana Jones em busca das bocas de esgotos. Mas das bocas nem sinal. Para iluminação improvisa-se com os faróis de um carro, mas só a chegada dos bombeiros salva a situação.
FDSF

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