Saturno devorando um dos seus filhos - Francisco Goya
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"É um fenómeno geral na nossa natureza, que o que é triste, terrível e, até horrendo nos atraia com um fascínio irresistível; que, de cenas de horror e de medo, nos sintamos repelidos e com igual força atraídos. Todos se apertam cheios de expectativa à volta de quem conta uma história de assassínio; devoramos com avidez a mais aventurosa história de espectros e a avidez é tanto maior quanto mais ela nos põe os cabelos em pé.
Este movimento do espírito manifesta-se mais vivo diante de objectos da contemplação real. Uma borrasca que faz afundar uma frota inteira, vista da praia, deleitaria a nossa fantasia com a mesma força com que agitaria os sentimentos do nosso coração; seria difícil acreditar com Lucrécio que este prazer natural proviesse do confronto da nossa segurança com o perigo entrevisto. E como é numeroso o séquito que acompanha o delinquente ao local do seu suplício! Nem o prazer de um satisfeito amor pela justiça nem o gosto ignóbil pelo adequado desejo de vingança podem explicar este fenómeno. Aquele desgraçado até pode estar perdoado no coração dos espectadores e a mais sincera compaixão pode interessar-se a favor da sua salvação; contudo, no espectador agita-se, mais forte ou mais fraco, um desejo curioso de estender os olhos e os ouvidos para a expressão do seu sofrimento. Se o homem de educação e de sentimento apurado é uma excepção, não é porque este instinto não exista nele, mas porque ele é dominado pela força dolorosa da piedade ou é refreado pelas leis do decoro. O rude filho da natureza, sem o freio de algum sentimento de delicada humanidade, abandona-se sem pudor a este poderoso impulso. Portanto, ele deve ter o seu fundamento na disposição natural do espírito humano e deve explicar-se com uma lei psicológica geral."
Friedrich Schiller - Da Arte Trágica - 1792 (in História da Beleza - Umberto Eco)
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"Os seres humanos confessam estupidamente as suas piores fraquezas quando se espantam de que um senhor do mundo não seja indolente, presunçoso ou cruel."
Memórias de Adriano - Marguerite Yourcenar
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"(...) puta que pariu o pessoal que anda sempre a dizer que vai mudar o mundo quando todos vemos que o mundo continua na mesma e se calhar é assim que tem de ser (...)"
Canário - Rodrigo Guedes de Carvalho
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"São os chamados tipos normais que me assustam sempre. Os psicóticos nunca me desiludem. Pelo menos são empenhados."
Catwoman (Michelle Pfeiffer) - Batman II
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"A Humanidade tem por força de se devorar a si própria, como monstros das profundezas."
William Shakespeare
1 comentário:
Cada vez gosto mais da Catwoman Michele, e nunca me assusta .)
Miau XinXin
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