terça-feira, 16 de setembro de 2008

CRÓNICAS DO PARAÍSO 4


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Mas o Paraíso não tem este nome por acaso. No dia seguinte já se consegue ir à praia e está um dia espectacular.
Suspeito de admirador novito e confirma-se. O rapaz joga à bola com o seu companheiro perto da água enquanto vou a banhos. Fico agradavelmente surpreendida, dada a recente aquisição de um leve pneu, mas não dou muita importância ao caso. No Paraíso os admiradores são como as marés e os ventos, vão e vêm, vão e vêm e mudam de direcção num piscar de olhos.
LÇÇJL

Rumamos a Tavira para degustação de conquilhas, esse manjar de deuses menores e mais brincalhões, com os tios “bifes”, que nos vieram visitar. O bife ficou “agarrado”, como eu calculava. É homem de acepipes. A bifa torce o nariz e prefere mastigar alhos como quem mastiga mints, uns atrás dos outros, para me escandalizar e fazer o dono do bar soltar gargalhadas e esta máxima de vida “Somos todos diferentes, como os dedos das mãos. Se fôssemos todos iguais, seria muito aborrecido.” Tenho dito.
Passeia-se pela parte velha da vila e regressa-se pela ponte romana que, de acordo com a tabuleta, é erroneamente julgada romana mas remonta ao século XII, após a chegada dos mouros a terras de Portocalo. Do outro lado existe ainda um memorial em honra dos mui valorosos habitantes da vila que pereceram a defender as suas portas contra os ímpios.
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Há um gato, esquecido ou abandonado ou perdido da mãe, que já foi avistada 3 vezes. Como a mãe, é branco de neve, silencioso como um fantasma e assustadiço como todos os felinos. A mãe deixou-o dentro dum velho cubículo de arrumações no quintal das traseiras. Deixamos-lhe leite e pão molhado. Ele come. E insiste em dormir cá fora num colchão improvisado com folhas secas caídas da videira e lixarada que o vento trouxe. Apanhamo-lo a dormir enrolado como um novelo invisível de brancura contra a cal das paredes. Deixámos-lhe um cesto com um pano resquício de velhas cadeiras de lona de praia, mas o bichano continua a preferir as folhas mortas. Manias de bichanos selvagens. Não foge, mas é tímido e muito arisco. Somos os primeiros humanos que vê, que privilégio! e que responsabilidade!

HJHJ

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