segunda-feira, 8 de setembro de 2008

EM BUSCA DE PALAVRAS 40

Dead Man
lkdlç

lhkjh
"Todas as noites
E todas as manhãs,
Há quem nasça para o infortúnio
Todas as manhãs,
E todas as noites,
Há quem nasça
Para o doce prazer.
Há quem nasça
Para o doce prazer
Há quem nasça
Para a noite interminável."
William Blake
dçfldfº
Johnny Depp é um actor com uma série de características muito especiais, que o tornam para além de um dos melhores da sua geração, senão o melhor, um dos mais interessantes de sempre da história do cinema:

* O seu rosto é incaracterístico, caso raro, o que faz com que consiga assumir uma série de personagens totalmente diferentes, sem que as suas particularidades físicas se intrometam no caminho das do personagem

* Tem um bom gosto e um olho clínico a escolher filmes também raro nos actores que partilham a sua geração ou qualquer outra geração - temos sempre a certeza que um filme protagonizado por Johnny Depp, mesmo que o realizador não seja grande espingarda, será no mínimo interessante, no máximo uma peça de culto

* "Agarra" sempre os personagens através da morfologia do seu corpo e da sua voz, que altera consoante as circunstâncias, vindo por arrasto a personalidade. Esta particularidade pode resultar muito bem, mas também cria, na minha opinião, o seu único handicap - muitas vezes Depp peca por exagerar demasiado a atenção que dá à parte física do personagem, o que resulta num formato demasiado "burlesco" em alguns casos (gostava de o ver, para variar um bocado, num papel absolutamente normal, sem tiques e composições coreográficas ou de guarda-roupa).
kfçdlf
Dead Man não foge à equação a que Depp nos habituou. É um filme estranho, com uma atmosfera estranhíssima.
William Blake viaja de comboio até uma cidade nos confins da América, onde por acidente mata um homem e passa a ser um fugitivo. Pelo caminho encontra "Ninguém" ou "Aquele que fala sem dizer nada", um índio também ele expulso pela sua tribo porque viveu desde criança com o homem branco e deixou de pertencer a qualquer lugar.
"Ninguém", homem instruído na cultura dos brancos, pensa que William é o poeta William Blake já morto e toma-o sob a sua protecção, ensinando-lhe os caminhos sinuosos dos fora-da-lei.
Os dois serão perseguidos por um trio estranhíssimo de assassinos - um é quase uma criança, o outro adormece com um ursinho de peluche e o terceiro, nas palavras de um dos outros dois "fodeu os pais, matou-os, cozinhou-os e comeu-os".
Dead Man é a história de um homem demasiado comum que se vê subitamente lançado para um destino demasiado incomum - o de alguém que já nasceu morto e que aprenderá a "escrever" com balas a poesia da morte.
xklçk
Ah sim. E qualquer filme que tenha John Hurt, nem que seja por apenas 5 minutos, como é o caso, deve ser visto ;)

O que aprendi com Dead Man?:
* "A águia nunca perdeu tempo como quando quis aprender com o corvo."
* "A busca da visão é uma grande benção. Para tal, é preciso passar sem comida e água. Os espíritos sagrados reconhecem aqueles que jejuam: é uma boa forma de nos prepararmos para uma viagem."
klglçfgk
E o habitual cheirinho do filme:
fdsf

1 comentário:

Dry-Martini disse...

Como sabia que adorei este filme?
Quanto ao Johny considero o melhor actor da sua geração, sobretudo se trocarmos o "não grande espingarda" pelo Tim Burton .)

XinXin